Foto: Divulgação

Quando ganhei esse livro, confesso que esperava uma história diferente. Mas foi uma grata surpresa a trama apresentada pela autora.

O livro conta a história de um garoto negro que é acusado de um crime que não cometeu tentando provar sua inocência e, além disso, precisa ser forte para fugir de um problema ligado ao passado de seu irmão.

“...Meu corpo, minhas mãos, tudo tremia. Os guardas pediram que eu me virasse, então estiquei os braços e afastei as pernas. Fechei os olhos, mas isso só fez com que eu sentisse mais fortemente aquelas mãos dando tapinhas em mim, de cima a baixo, como se estivessem tentando tirar pó de alguma coisa...”

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“Era tipo a escola multiplicada por um milhão. Tem uma pessoa que está acima de você, provocando pra caramba, esperando uma resposta sua pra ela poder te derrubar no chão. Você tem que esperar, engolir tudo, não dar esse prazer pra ela.”

Além de ser inocente e estar sendo acusado por um crime que não cometeu, Marlon tem que lidar com um problema ligado ao passado de seu irmão. Durante todo o livro, me senti tão angustiada, parecia que estava vivendo aquilo com o garoto, apesar de não fazer ideia de como é viver essa realidade e não ter nenhum lugar de fala.

“... Meu irmão mais velho, meu irmão gângster malvadão, isso era tudo o que ele tinha pra oferecer. E o lance era: foi esse cara quem começou tudo! Se ele e o Sharkie não tivessem dado as saidinhas deles, se ele ficasse em casa e só continuasse a ser uma pessoa normal, eu não estaria aqui. E agora ele simplesmente se fechou nele mesmo e me deixou sozinho pra lidar com as coisas.”

O livro mostra como um garoto negro precisa se esforçar muito mais para provar inocência e como é difícil lidar com as leis das ruas.

Uma história narrada em primeira pessoa, com muitos diálogos e com um desenrolar bem envolvente, não foi difícil de chegar ao fim do livro.

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