Nova Inglaterra, 1835. A pequena
Sarah, de apenas 7 anos, vive com sua mãe Mae em uma bela casa, com um jardim
repleto de flores, mas só recebe visitas esporádicas de seu pai, Alex Stafford.
Em uma dessas ocasiões, ela presencia uma traumática conversa em que Alex
afirma que a menina nunca deveria ter nascido, afinal os filhos que tem com sua
esposa já lhe bastam e em sua vida não cabe uma filha ilegítima. Por fim, o
homem decide nunca mais voltar nem continuar mantendo a casa em que mãe e filha
moram.
Mae vai com a menina até a casa de seus pais, mas não é aceita de volta,
afinal, se envolveu com um homem casado. Elas acabam em um barraco perto das
docas de Nova York e a mãe começa a se prostituir para se manterem. Mae acaba
levando Rab para morar com elas, um homem que não faz muito além de se embebedar
e levar umas moedas para ajudar no sustento. Quando a mãe de Sarah morre, no
desespero de socorrê-la de alguma forma, Rab vende a menina para Duke, que
cuida de uma casa de prostituição. Ele muda o nome de Sarah para Angel e a
estupra pela primeira vez quando a garota tem apenas 8 anos.
Califórnia, 1850. Depois de fugir
de Duke, Angel pega um barco rumo à Califórnia, com apenas mais duas mulheres a
bordo e pelo menos cento e vinte rapazes. No fim da viagem, as outras duas
prostitutas espancam Angel e roubam todo seu dinheiro. Ela é encontrada na
Praça Portsmouth por Duquesa, uma mulher que cuida de uma casa com outras
quatro meninas que se vendem por ouro.
“Angel vivia um silencioso tormento. Lutava com as emoções que a despedaçavam, com o remorso, a culpa, a confusão. Essas emoções viraram uma massa sólida, um nó endurecido que lhe crescia na garganta e no peito, como um câncer que espalhava dor por cada parte do corpo. Estava com medo. A esperança, que pensava que tinha morrido havia muito tempo, tinha ressuscitado. Esquecera-se da pequena luz que piscava dentro dela quando era criança. Alguma coisa acendia a fagulha e ela crescia... Até que Duke a esmagou. Agora ela tentava esmagá-la com lógica.” (Página 194)
Por sua beleza incomum, Angel se
torna a prostituta mais cara e cobiçada daquele lugar. Um dia, andando pelas
ruas sob a vigilância de um segurança que sempre a acompanha, ela é vista pela
primeira vez por Michael Hosea, que escuta a voz de Deus dizendo que aquela é a
mulher que Ele escolheu para que o fazendeiro se case. Confuso, mas decidido a
obedecer a Deus, Michael gasta todo seu ouro fazendo visitas ao quarto de
Angel, sem sequer tocá-la, apenas conversando com a mulher e tentando
convencê-la a se casar com ele. Ela o rejeita, afinal, não conhece outra vida a
não ser aquela e já se resignou com a ideia de que só serve para ser usada.
Além disso, não consegue confiar em homem algum, devido ao seu histórico desde
criança.
Quando sofre um ataque que a
deixa quase morta, Angel sai do bordel nos braços de Michael, que salva sua
vida e coloca em seu dedo a aliança de sua mãe. Ele a leva para sua cabana na
região rural, mas o relacionamento deles não vai ser nem de longe o que Michael
Hosea um dia sonhou.
“— Não sou seu pai! Não sou Duke! Não sou nenhum cavalheiro pagando por meia hora em sua cama! — gritou, apertando o braço dela. — Sou seu marido! Não subestimo o que você sente. Eu a amo. Você é minha mulher!
Angel mordeu o lábio e reprimiu as lágrimas. Michael ficou um pouco mais calmo. Segurou o rosto dela para que não deixasse de olhar para ele e viu a briga desesperada que ela travava com suas emoções. Elas sempre foram suas inimigas. Para sobreviver, ela não podia se permitir sentir.” (Página 297)
Amor de redenção é um livro de
450 páginas que produz os mais diferentes tipos de sentimentos no leitor. A
escrita de Francine Rivers é tão intensa que, em alguns momentos, parece um
soco no estômago que nos deixa com falta de ar. Em algumas cenas, contudo, o
livro é tão singelo que arranca suspiros e sorrisos. As reviravoltas que
acontecem na vida dos protagonistas são inacreditáveis e provocam tantas
reflexões que fica difícil explicar.
Eu li esse livro pela primeira
vez em 2013 e agora decidi fazer uma releitura, que mexeu comigo de forma ainda
mais forte do que anteriormente. Não tenho dúvidas em dizer que Amor de
redenção é meu livro favorito da vida e se eu pudesse fazer com que todo mundo
tivesse a experiência de conhecer essa história, eu certamente o faria.
1 comentários
Gostei da resenha. Vou lê -lo com prazer! Obrigado
ResponderExcluirObrigada por participar do nosso Universo! Seja sempre muito bem vindo...