“Eu queria que todas as coisas
Parecessem fazer sentido,
Sim, para que a gente fosse
feliz,
Em vez de deprimido.
E inventei mentiras,
Tudo muito preciso,
E fiz desse triste mundo
Um pa-ra-í-so. “
Tive acesso à uma foto contendo esse
trecho do livro de Kurt Vonnegut e foi suficiente para aguçar minha curiosidade,
afinal, quem de nós hoje não está precisando de uma fórmula para que esse nosso
triste mundo se pareça um “pa-ra-í-so”?
Minha intenção era me deparar com
um mundo bonito. Aliás, confesso que já não lembro se esperava mesmo isso, já
que a capa do livro traz a imagem da bomba atômica e eu já sabia que a trama girava
em torno de um escritor que sai em busca da história do cientista que a
inventou.
A verdade é que me deparei com
uma história que me prendeu pela excelente escrita e principalmente pelo humor
irônico e extremamente inteligente do autor.
A história se inicia com protagonista
em busca de dados para escrever um livro sobre o dia do bombardeio em
Hiroshima. Para isso, ele entrevista diversas pessoas ligadas ao inventor da
bomba, um cientista já então falecido. Essa busca faz com que o
protagonista se envolva em uma sucessão de fatos ligados à ciência, religião e
comportamento humano.
Fatos obscuros e decadentes da natureza
humana são expostos de forma crua e humorística através da voz de um
protagonista tão inventado e ao mesmo tempo tão verossímil quanto qualquer um
de nós pode ser.
Vale a pena a leitura, com toda certeza!
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