Nossa inacreditável Mente
Sou louco com animação. Vejo todas! E, se só com a Disney os filminhos
já eram bons, quando surgiu a Pixar eles ficaram ainda melhores. Estão aí “Toy
Story”, “Monstros S/A”, “Up: Altas Aventuras”, “Carros”, “Os Incríveis”,
“Ratatouille” e “Procurando Nemo”, que não me deixam mentir. Mas tem uma
criação dos estúdios norte-americanos – que acaba de chegar à Netflix – que é
muito mais que uma animação. “Divertida Mente” impressiona pelo roteiro
brilhante e inovador. E uma pergunta não me sai da cabeça: como alguém nunca
tinha pensado nessa historinha antes?
Escrito por Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley, o filme gira em
torno da mente da garotinha Riley, tendo como protagonistas as cinco emoções
responsáveis por conduzir sua vida: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho.
Os temperamentos de cada uma são desenhados perfeitamente por meio de cores
diferentes, atitudes particulares, personalidades exatas. É difícil entender a
história com essa explicação, principalmente porque esses personagens são
sentimentos abstratos.
Foto: Divulgação |
Mas a Disney/Pixar consegue tornar concreto e bem divertido algo que não
é palpável, deixando-o atrativo tanto para crianças, tamanha a infantilidade da
animação, quanto para adultos, tamanha a complexidade e inteligência do tema.
Na cabeça da pequena Riley, desde seu nascimento até os atuais 11 anos, as
cinco emoções coordenam as chegadas dos fatos vividos por ela, transformando-os
em memórias-base, de curto ou longo prazo, e desvendando os mistérios das
lembranças, como o porquê de se esquecer de fatos antigos da vida, o sonho e o
inconsciente, o que define sua personalidade, entre tantas outras questões
psicológicas. Tudo isso de maneira lúdica e, ao mesmo tempo, interessantíssima.
Quando a pré-adolescente sai do eixo – momento em que Alegria e Tristeza
se metem em apuros –, tudo na cabeça dela começa a desmoronar. E você não se
cansa de se questionar: já pensou se fosse realmente assim na nossa mente? É
essa brincadeira que faz o roteiro ser tão encantador. O fato de você conseguir
“enxergar”, por meio das ideias do megaestúdio, como seria o mecanismo
fantástico de sua mente é algo tão formidável que você assiste ao filme com um
sorriso no rosto o tempo todo. Já imaginou ver como suas lembranças são
guardadas, em quais categorias estão suas memórias, como um sonho seu é
desenvolvido ou até mesmo a imagem correta de seu amigo imaginário da infância?
“Divertida Mente” te mostra tudo isso.
É claro que, como todo filminho, tem uma bela e azul lição de moral. Não
sei se você carrega esse mantra com você, mas, se não, é bom começar a
percebê-lo. É que tem um célebre ditado que diz: se a vida te der limões, faça
uma limonada. Assim como a cabeça de Riley, a sua também borbulha diariamente,
caminha desenfreadamente, busca o óleo perfeito para que a engrenagem funcione
perfeitamente. Se um parafuso sair do lugar ou a tristeza insistir em aparecer,
supere, trabalhe, se envolva; a alegria está logo ali. Às vezes, é nos momentos
difíceis que percebemos que até a tristeza é importante para aprendermos,
renovarmos e atingirmos a tão sonhada alegria. É difícil começar tudo do zero,
mas a prática de fazer o suco é o nosso melhor aprendizado. O preparo da
limonada da vida é a nossa melhor escola. Basta usar o doce açúcar da nossa
cachola.
TRAILER
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1 comentários
Parabéns! Muito boa sorte! Faça grandes negócios.
ResponderExcluirRachel Kopit
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