Eu, se fosse você, juntava um dinheirinho extra aí, deixava de preguiça e corria para o cinema, mais precisamente para a sala Imax do Boulevard Shopping, que tem uma telona gigante com imagem muito realista e um som ultrapotente vindo de todos os lados, explorando (e muito) todos os seus sentidos. Tudo isso só para assistir ao novo filme de Steven Spielberg, “Jogador Nº 1” (“Ready Player 1”, título original), que está em cartaz desde a semana passada.
O longa é uma enorme homenagem ao cinema, aos games e à cultura pop dos anos 80 e 90. E ninguém melhor para fazer essa condecoração em forma de reverência do que um mestre que fez parte do imaginário dos que viveram essa época, com filmes preciosos que não saem de nossa cabeça até hoje, como “Tubarão”, “Indiana Jones”, “E.T.”, “Gremlins”, “Os Goonies”, “Jurassic Park” e tantos outros.
O longa é baseado no livro homônimo de Ernest Cline, de 2011, sobre um adolescente em busca do prêmio de um jogo de realidade virtual em um mundo arrasado por uma crise energética. Nesse futuro distópico, em 2045, Wade Watts (Tye Sheridan), assim como o resto da humanidade, prefere viver no virtual do jogo “Oasis” do que no mundo real. E quando o criador do jogo, o excêntrico James Halliday (Mark Rylance) morre, os jogadores encaram um desafio em que devem encontrar três chaves/easter eggs que ele escondeu para, assim, conquistar sua fortuna inestimável – ou seja, herdar suas ações e ser o novo dono do “Oasis” –, algo em torno de meio trilhão de dólares. Para escapar da pobreza em uma futurista Columbus, no Estado de Ohio, o protagonista coloca óculos, luvas, fones e uma roupa especial para ser transportado ao mundo virtual e se transformar no avatar Parzival. Só que, para vencer o jovem terá de abandonar a existência virtual e ceder a uma vida de amor e realidade da qual sempre tentou fugir.
Parece ficção científica demais para o seu gosto? É porque você não sabe a quantidade de referências com as quais vai se deparar na telona e, assim, ficar com aquela cara de bobo que só o escurinho do cinema, felizmente, esconde muito bem. No jogo, Parzival usa o DeLorean, carro do “De Volta para o Futuro”, numa corrida estonteante e enfrenta monstros dos filmes “Parque dos Dinossauros”, “King Kong” e “Godzilla” sob uma trilha sonora nostálgica e contagiante da década de 80. No jogo, Parzival ainda encontra com Freddy Krueger, com R2-D2, de “Star Wars”, com alguns personagens de “O Iluminado”, e tantos mais.
A fotografia é algo inexplicável e apreciável: com muitos zooms (in/out) e planos bem longos, que te deixam até tonto de tanta ação, parece até que você está num videogame. Aliás, eu, que não sou um aficionado por games, identifiquei um tantão de personagens entre uma cena e outra, de Ken e Ryu, de “Street Fighter”, Goro, de “Mortal Kombat”, Pitfal, e tantos outros vícios saudosos do Atari. Dos filmes aos games, tudo faz parte do nosso imaginário e, principalmente, do incontrolável diretor que, junto com George Lucas, é o responsável pela maior cultura cinematográfica de todos os tempos.
Continua achando tudo muito nerd? Não ache! Com tantas referências assim, o roteiro é pura brincadeira e diversão. Se não fosse o rumo óbvio e pouco criativo da história, com aquela clichezada absurda até nos diálogos, o filme ganharia até uma nota mais alta da nossa parte. É tão previsível que tem até uma historinha de amor – é claro que na realidade virtual – em que todos nós esperamos por um final feliz. Mas, relaxe, nada que tire nosso encanto real.
Eu, se fosse você, largava tudo o que está fazendo e iria celebrar, junto com Spielberg e milhões de espectadores, a nossa cultura pop e cinematográfica. Desplugue do mundo real e dê um start no virtual. Nesse universo paralelo entre o bem e o mal, você vai viajar e encontrar sua diversão ideal.
Trailler:
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