Fantasia Fronteiras do Universo

A Faca Sutil, de Philip Pullman

00:00Samy

Olá pessoal! Hoje é dia de trazer para vocês a resenha do segundo volume da trilogia Fronteiras do Universo, do Philip Pullman. Se você não leu a primeira resenha, não perca tempo e vem aqui ler!

O segundo livro começa quase no mesmo ponto que o livro anterior terminou, mas de cara somos apresentados a outro personagem central no desenrolar da história, Will Parry. Will vem de um outro mundo. Ele encontra uma “janela” no meio do gramado de um jardim de sua cidade e ao atravessar se encontra com Lyra, que chegou ali de um outro modo, como vemos no fim de A Bússola de Ouro. Quando Lyra descobre que Will também está fugindo e que, segundo o aletiômetro, pode confiar nele, ela se abre um pouco e aceita sua ajuda. 



“À luz do poste da rua, ela moveu com cuidado os ponteiros do instrumento e relaxou a mente na forma de uma pergunta. O ponteiro começou a girar em torno do mostrador em uma série de pausas e arranques quase rápidos demais para os olhos.Ela tinha perguntado: O que ele é, amigo ou inimigo?”

Unindo a pouca informação que ambos possuem e com ajuda de algumas crianças que eles encontram na cidade, Lyra e Will descobrem que estão em um local chamado Cittàgazze, que foi tomada por Espectros, por isso está vazia. Os adultos que não foram atacados fugiram e se esconderam. As partes que se passam nessa cidade são as minhas favoritas. O local foi muito bem descrito e é quase possível sentir toda a opressão, toda a angústia que emana dali.


A partir daí Will e Lyra se juntam para resolver cada um seu problema. Enquanto Lyra precisa descobrir mais a respeito do Pó, que é algo que ouviu muito falar, mas que não entende, Will precisa descobrir um modo de salvar sua mãe que está sendo perseguida. E o modo como ele acha que vai conseguir isso é encontrando seu pai que está desaparecido desde quando ele era um bebê.

O que deixa o livro tão polêmico, quando foi lançado e até hoje, é que Pullman permeia toda a obra, por meio de metáforas e fantasias, com críticas ferozes à Igreja católica.

Como eu disse na primeira resenha, A Bússola de Ouro tem algumas pinceladas de religião, magia e ciência. A Faca Sutil se aprofunda muito mais nesses temas, tornando-o muito mais polêmico que seu antecessor. Aqui surgem Anjos, a discussão sobre o Magisterium é mais aprofundada e até a Autoridade é mencionada vez ou outra.


A gente consegue perceber que nenhum personagem que Pullman traz à história é inútil. Todos tem um papel a desempenhar, seja ele mais ou menos importante para o desenrolar da trama.

Esse livro nos passa a impressão de ser ainda mais frenético que o primeiro e a sensação é de que o tempo está se esgotando. Mesmo que a gente não entenda muito bem o que irá acontecer, apenas que uma guerra é iminente. Muitos desdobramentos são revelados e Lorde Asriel se mostra muito mais poderoso e ambicioso do que imaginávamos à princípio. O papel de Lyra se torna mais claro e absolutamente importante para o desenrolar dos acontecimentos, não só em seu mundo como na junção dos mundos. Enquanto isso os personagens já apresentados no primeiro volume estão de volta, como Iorek Byrnison, Lee Scoresby e Serafina Pekkala, além dos gípcios, cada um tentando entender seu papel nessa grande guerra que se aproxima.



A Faca Sutil é um ótimo livro de transição, entre a introdução que foi A Bússola de Ouro e o fechamento em A Luneta Âmbar, que em breve trarei aqui para vocês! Não percam!

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