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10 Trechos do livro O Que é o Fascismo e Outros Ensaios, de George Orwell
09:22Kellen Pavão
Eu já falei por aqui o quanto aprecio o trabalho do escritor George Orwell e após ler o livro "O Que é o Fascismo e Outros Ensaios" admiro ainda mais o trabalho do ensaísta. Publicada recentemente pela editora Companhia das Letras, a obra traz ensaios inéditos do escritor inglês com suas impressões sobre temas como política, cultura, cinema e sociedade. Hoje, selecionei 10 trechos para que você possa conhecer um pouco da obra.
"Quando se comparam seus pronunciamentos de um ano atrás com os que foram feitos quinze anos antes, o que impressiona é a rigidez de sua mente, o modo como sua visão de mundo não evolui. É a visão fixa de um monomaníaco e não susceptível de ser muito afetada pelas manobras temporárias da política do poder."
( Resenha Mein Kampf, de Adolf Hitler)
" É fácil dizer que em certo estágio de sua carreira ele foi financiado pela indústria pesada, que viu nele o homem que esmagaria o socialismo e o comunismo."
(Resenha Mein Kampf, de Adolf Hitler)
"Deve-se lembrar que a situação da Alemanha com seus 7 milhões de desempregados era obviamente favorável aos demagogos. Mas Hitler não teria tido sucesso contra seus muitos rivais não fosse a atração de sua própria personalidade, que se pode sentir até mesmo na canhestra escrita de Mein Kampf, e que sem dúvida é avassaladora quando se ouvem seus discursos."
( Resenha Mein Kampf, de Adolf Hitler)
"Eu gostaria de deixar registrado que nunca fui capaz de não gostar de Hitler. Desde que ele chegou ao poder- até então, como quase todo mundo fui enganosamente levado a pensar que ele não tinha importância -, acho até que decerto o mataria se pudesse ter acesso a ele, mas sem sentir nenhuma animosidade pessoal."
( Resenha Mein Kampf, de Adolf Hitler)
"É apenas um conto de opressão capitalista, e foi escrito numa época em que várias coisas que acabaram tornando o fascismo possível- por exemplo, o espantoso ressurgimento do nacionalismo- não eram fáceis de prever." (Profecias do Fascismo)
"O que é realmente assustador quanto ao totalitarismo não é que cometa 'atrocidades', mas que agrida o conceito da verdade objetiva: ele proclama que controla o passado tão bem quanto o futuro." (Histórias e mentiras- trecho selecionado da coluna As I Please)
"Todas as utopias 'favoráveis' se parecem quanto ao fato de postularem a perfeição enquanto são incapazes de sugerir a felicidade. Notícias de Lugar Nenhum é um tipo de versão bem- comportada da utopia wellsiana. Todo mundo é gentil e razoável, todo
estofamento tem a marca Liberty, mas a impressão que fica por trás disso é de
uma espécie de enfadonha melancolia."
(Socialistas podem ser felizes?)
“O autor imagina um governo trabalhista chegando ao poder com uma maioria tão imensa que seria impossível desalojá-lo. No entanto, eles não estabelecem uma economia totalmente socialista. Apenas continuam a operar o capitalismo em seu próprio benefício, elevando o tempo todo os salários, criando um enorme exército de burocratas e impondo às classes superiores impostos insuportáveis. O país está assim, como se diz, ‘indo para o brejo’; além disso, na política exterior o governo trabalhista comporta-se mais como o Governo Nacional entre 1931 e 1939.”
(Profecias do Fascismo)
“O autor imagina um governo trabalhista chegando ao poder com uma maioria tão imensa que seria impossível desalojá-lo. No entanto, eles não estabelecem uma economia totalmente socialista. Apenas continuam a operar o capitalismo em seu próprio benefício, elevando o tempo todo os salários, criando um enorme exército de burocratas e impondo às classes superiores impostos insuportáveis. O país está assim, como se diz, ‘indo para o brejo’; além disso, na política exterior o governo trabalhista comporta-se mais como o Governo Nacional entre 1931 e 1939.”
(Profecias do fascismo)
“Editoras têm de viver, como todo mundo, e não se pode culpá-las por anunciarem seus artigos, mas a verdadeira e vergonhosa feição da vida literária antes da guerra foi o obscurecimento da diferença entre publicidade e crítica. Certo número dos assim chamados resenhistas, sobretudo os mais conhecidos, era simplesmente escritor de sinopses.”
(Koestler e o ramo do livro- trecho selecionado da coluna As I Please)
“Em vez de proferir a solene fala que dele se espera, Charlie faz um poderoso e combativo discurso em prol da democracia, da tolerância e da decência. É realmente um tremendo pronunciamento, uma espécie de versão de Gettysburg de Lincoln num inglês de Hollywood, uma das mais fortes peças de propaganda que já ouvi em muito tempo.”
(Sobre o discurso de Chaplin em O Grande Ditador)
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