Loucura e sanidade. Dois estados que podem ser separados por uma linha tênue.
Afinal, o que é ser são? O que é ser louco?
Helena Gayer faz de “Me diga quem eu sou” um diário comovente e sincero sobre os anos em que viveu entre a loucura e a sanidade.
Helena teve o diagnóstico de bipolaridade ainda muito jovem e durante anos viveu crises intensas de surtos que a levaram a ser internada diversas vezes em sanatórios públicos e particulares ( quando a família tinha condições de pagar).
Entre as páginas, nos deparamos com uma menina\mulher que luta incansavelmente para seguir com a vida, mesmo quando a bipolaridade a leva às mais sombrias e profundas experiências.
O relato de Helena é cru e intenso, suas memórias foram fundamentais para que sua busca pela vida não se enfraquecesse. Mesmo nos momentos de surtos e crises que a levavam às sensações tão duras, desistir de viver nunca foi uma opção. E é essa sua força, seus questionamentos e sua forma de ver o mundo que inspiram o leitor.
“ Minha família me observava de longe. Eu era livre para em mover no mundo, mas até hoje não sei o que realmente pensavam de mim. Talvez não soubessem o que pensar sobre aquele ser tão sensível. Nunca me chamaram de louca, pelo menos não na minha frente. Assim, eu vivia numa espécie de solidão acompanhada, na qual eu tomava as decisões sem saber se estava indo pelo caminho certo ou o que pensavam de mim. Eu era uma estranha no ninho, mas estava solta. Não tinha plena consciência de onde estava, para onde ia ou o que queriam que eu fosse. E foi nesse terreno repleto de possibilidades que me descobri entre tantos surtos e retornos à realidade. Na sua bondade e ignorância, por muito tempo minha família achou que a solução para meu distúrbio viria com as internações. Foi um caminho difícil, mas hoje tenho uma história para contar.”
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