(Atenção! Por se tratar do terceiro volume de uma série, esta resenha pode conter spoilers para quem não leu os livros A rainha vermelha e Espada de vidro.)
Para salvar seu grupo de amigos de uma armadilha do rei
Maven, Mare Barrow se ofereceu como prisioneira em troca da liberdade dos
outros. A partir daí, passou a viver trancada no palácio, cercada por
silenciadores que a deixam completamente sem poder.
Embora muitos dos prateados desejem ver Mare sofrendo e
pagando por seus atos, Maven opta por deixá-la afastada de todos. O que para ele pode parecer um tipo de proteção, para ela é visto como uma grande tortura,
pois ficar sozinha, guerreando com seus próprios pensamentos, apenas imaginando
o que acontece do lado de fora, é o pior dos castigos.
Mare oscila entre a expectativa de uma tentativa de resgate
da Guarda Escarlate – principalmente por parte de Cal – e o medo do que pode
acontecer com seus familiares e amigos.
“Eu me pergunto se Maven nota a diferença em mim. O resultado do enjoo, da dor, da tortura que é ficar numa prisão silenciosa. Provavelmente sim. Seu olhar desliza das minhas maçãs do rosto pronunciadas para minha coleira, descendo pela veste branca. Não estou sangrando desta vez, mas queria estar. Para mostrar a todos o que sou, o que sempre fui. Vermelha. Ferida. Mas viva.”
Durante essa longa e arrastada estadia de Mare no palácio, a
garota elétrica tem a oportunidade de conhecer mais a fundo o perturbado rei
Maven. Ela trava uma batalha consigo mesma para não se deixar comover e se
lembrar o tempo todo de suas crueldades.
Enquanto isso, lá fora, a Guarda conquista novos aliados e
se organiza para feitos maiores e mais impressionantes.
“Odeio que Maven me conheça a ponto de saber o que me dar. Porque sem dúvida isso veio dele. O único pedido de desculpa que poderia oferecer, o único que eu poderia aceitar. Mas não aceito. É claro que não. Tão rápido quanto veio, meu sorriso se desfaz. Não posso me permitir sentir nada além de ódio quando se trata do rei.”
O ritmo deste terceiro livro da série é bastante devagar durante
muitas páginas. O leitor precisa lidar com a ausência de cenas mais empolgantes
como nos volumes anteriores. A leitura reflete bem o estado de Mare e sua
prisão.
Quando nem mesmo nós temos esperança de que algo aconteça, uma
reviravolta, como não podia deixar de ser. A autora sabe bem como construir cenas
que nos levam à euforia.
Uma novidade que Victoria Aveyard trouxe em A prisão do rei –
e um ponto muito positivo desse volume – foi alguns capítulos narrados por
outros personagens. Isso foi extremamente importante para que não ficássemos
tão por fora como Mare sobre os passos e planos da Guarda Escarlate e o que
mais acontecia nos outros cômodos do palácio.
Porém, para mim, o
final do livro foi um golpe baixo. A autora foi cruel com seus personagens para
que tenha assunto para o próximo. Victoria Aveyard tem uma grande responsabilidade nas
mãos agora: fazer com que o quarto livro surpreenda positivamente e faça tudo
valer a pena.
“Estou vivo. Não estou vazio. Nem sozinho. Cada confissão é uma flecha, acertando cada terminação nervosa até o meu corpo arder em um fogo gelado. Odeio que Maven seja capaz de dizer essas coisas; odeio que sinta o que eu sinto, tema o que eu temo. Odeio, odeio. E se pudesse mudar quem sou, o que penso, mudaria. Mas não consigo.”
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