"A gente tava descendo aquela avenida louca, bem na costa da montanha. Do outro lado, o oceano aberto.
A gente nasceu ali, na beira do mar. Você trombou no meu castelo de areia e destruiu tudo. Claro que eu resmunguei e você, folgado, me chamou de reclamona. Quem te dá o direito de trombar nos meus planos, bagunçar tudo e me culpar?
"Te dou um beijo se me desculpar, reclamona". Como se um beijo seu fosse um bem precioso. Mas quando a proposta virou um beijo no mar, foi diferente, inédito, e esse sim compensou a desculpa. E os atrasos. E os próximos encontros.
E eu que nem queria ir a praia...
Aquele beijo de verão valeu a descida pela costa.
Valeu a areia pelo corpo.
Valeu os dias de chuva.
Valeu o verão."
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