Cia das Letras Companhia das Letras

Mate minha mãe, de Jules Feiffer

00:00Universo dos Leitores

Com uma trama interessante e repleta de ironia e bom humor, Mate Minha Mãe é uma Graphic Novel incrível que se destaca ao fazer uma bela homenagem ao cinema noir e por apresentar personagens femininas fortes, decididas e donas de si, que sabem impor as suas vontades, fazendo com que elas sempre prevaleçam. 

A história possui capítulos curtos, diálogos rápidos em um estilo cinematográfico, e é divida em duas partes, sendo que a primeira se passa no ano de 1933 e descreve o comportamento de uma jovem rebelde, que se sente rejeitada e faz de tudo para chamar a atenção, já que a sua mãe só tem duas preocupações em mente: trabalhar e descobrir os fatos relacionados com a morte do marido.

A segunda parte, por sua vez, se passa no ano de 1943 e apresenta as personagens em uma nova fase da vida, mostrando as mudanças das suas personalidades e relatando o quanto interferências externas foram cruciais para a construção das suas trajetórias.
O interessante da obra é que apesar de ter como foco a vida de duas personagens, ela se desenvolve em razão de laços criados entre cinco mulheres, o que torna a história rica, diversificada e repleta de suspense e de mistério. Ao longo da narrativa, vários acontecimentos se entrelaçam e vários temas relevantes são abordados, entre eles o machismo, o feminismo, a identidade de gênero, a homossexualidade etc. 

Outro ponto que merece destaque é a caracterização dos personagens masculinos, que possuem aparência de homens fortes e machões, mas na verdade são inseguros, preguiçosos, pouco interessantes e totalmente dependentes das mulheres.

Essa HQ é sem dúvida inovadora e corajosa. Ela quebra paradigmas e mostra o que tantos optam por esconder: a força das mulheres, a importância de se quebrar tabus e superar preconceitos. 
Sobre as ilustrações, inicialmente elas não passam uma impressão tão boa, já que os traços são um pouco tortos, em um estilo rabiscado, como se tivessem sido feitos às pressas. Contudo, na medida em que nos adaptamos à leitura, percebemos que elas combinam com os sentimentos de angústia, isolamento e imprecisão que o roteirista visa passar ao leitor, e se encaixam perfeitamente com o tom sombrio e nebuloso da história.

Vale destacar, por fim, que Jules Feiffer, é reconhecido mundialmente pelo trabalho com quadrinhos, teatro literatura e cinema. No ano de 1986 ele recebeu o Prêmio Pulitzer de charge editorial e no ano de 1961 ganhou o Oscar de melhor curta de animação com Munro. Isso prova que não foi à toa que Mate Minha Mãe ganhou uma capa repleta de elogios vindos de Art Spiegelman, Stan Lee, Chris Ware e Neil Gaiman. 

Não deixem de conferir, afinal, a história é inteligente, ousada, envolvente e simplesmente maravilhosa... 
Gostou? Compre aqui: Saraiva ou Cultura





You Might Also Like

0 comentários

Obrigada por participar do nosso Universo! Seja sempre muito bem vindo...

Acompanhe nosso Twitter

Formulário de contato