Quem não tem nenhuma insatisfação que dê a primeira curtida neste texto. Muito comum na era das redes sociais, por exemplo, o fulano ver no Facebook ou no Instagram imagens coloridas e sorridentes de um fim de semana paradisíaco, ou de um momento inesquecível de sicrano — na maioria das vezes desconhecido —, e pensar: por que minha vida não é assim? Por que eu não tenho isso ou aquilo? Tudo bem, você não é do tipo que faz essas indagações. Está quase sorrindo. Descobriu ser alguém completo. Infelizmente, você está equivocado.
Mesmo não fazendo parte dessa casta virtual que deseja o conteúdo da fotografia do próximo, ou transpira a necessidade de expor bons momentos da própria vida, fazendo selfies improváveis ou ridículas, para emitir a mensagem subliminar “Ei, eu também sou feliz!”, você é um ser humano e, por isso mesmo, um insatisfeito. Desejamos sempre mais no dia seguinte porque somos programados para acreditar na superação interminável. Mesmo que o destino tente nos orientar, sussurrando “Amigo, você não nasceu para isso. Jamais terá aquilo”, forçamos a cegueira da vontade e acreditamos no contrário. E se a sorte ou a persistência nos trouxerem conquistas inumeráveis, ainda idealizaremos no último dia o paraíso na outra vida.
Mas não se preocupe. Isso não é ruim. Até porque é nessa condição que, geralmente, gênios encontram motivos e entusiasmo para inventar ou reinventar algo e, assim, revolucionar o mundo, ou pelo menos parte dele. O que seria da tecnologia se Steve Jobs fosse completamente feliz com a informática e a telefonia celular de seu tempo? Provavelmente aquele fulano não estaria frustrado, insatisfeito, em seu quarto, sozinho, vendo fotos da “satisfação” alheia no iPhone ou no MacBook.
Claro, há outras marcas desses mesmos produtos, outros cérebros poderiam tê-los criado posteriormente. E nem foi o fundador da Apple que trouxe à luz da tecnologia o Instagram ou o Facebook. Tanto que estas redes foram criadas por outra casta de... insatisfeitos? Sim, obviamente. Quem assistiu ao filme “A Rede Social”, dirigido pelo instigante David Fincher, sabe muito bem como Mark Zuckerberg — personagem —, mesmo depois de grande parte de suas conquistas, está se sentindo na última cena da película.
Pois é, a vida é um paradoxo irritante. Tentar entendê-la é abrir as portas da insatisfação, atravessar o limiar e sentir a necessidade de abri-las outra vez. E é exatamente isso que, de todas as formas, move o mundo. Se Deus fosse o exemplo máximo de satisfação plena com a própria obra ou natureza, não teria proposto no primeiro mandamento amá-lo sobre todas as coisas.
Além disso, leitor, se sua mãe não tivesse disponibilizado ao seu pai o cálice da satisfação mais sagrada de todas, ele não teria alcançado o ápice do prazer dentro dela e, por motivos evidentes, você não estaria aí, lendo este texto, tentando preencher algum vazio, o qual não vai abandoná-lo nem mesmo quando você estiver entupido de morte dentro do próprio túmulo.
É por isso que devemos aprender com o tempo, que continua passando sem nenhuma interrupção e jamais deixou de ser assim. Não para saciar o desejo de querer sempre mais, de querer sempre ir além — até porque não conhece a insatisfação de estar parado. Mas sim por ser uma existência íntegra, satisfeita com a própria condição, e, sendo assim, feliz, por ser apenas quem ele é e por estar cumprindo seu papel desde o começo dele mesmo.
Mesmo não fazendo parte dessa casta virtual que deseja o conteúdo da fotografia do próximo, ou transpira a necessidade de expor bons momentos da própria vida, fazendo selfies improváveis ou ridículas, para emitir a mensagem subliminar “Ei, eu também sou feliz!”, você é um ser humano e, por isso mesmo, um insatisfeito. Desejamos sempre mais no dia seguinte porque somos programados para acreditar na superação interminável. Mesmo que o destino tente nos orientar, sussurrando “Amigo, você não nasceu para isso. Jamais terá aquilo”, forçamos a cegueira da vontade e acreditamos no contrário. E se a sorte ou a persistência nos trouxerem conquistas inumeráveis, ainda idealizaremos no último dia o paraíso na outra vida.
Mas não se preocupe. Isso não é ruim. Até porque é nessa condição que, geralmente, gênios encontram motivos e entusiasmo para inventar ou reinventar algo e, assim, revolucionar o mundo, ou pelo menos parte dele. O que seria da tecnologia se Steve Jobs fosse completamente feliz com a informática e a telefonia celular de seu tempo? Provavelmente aquele fulano não estaria frustrado, insatisfeito, em seu quarto, sozinho, vendo fotos da “satisfação” alheia no iPhone ou no MacBook.
Claro, há outras marcas desses mesmos produtos, outros cérebros poderiam tê-los criado posteriormente. E nem foi o fundador da Apple que trouxe à luz da tecnologia o Instagram ou o Facebook. Tanto que estas redes foram criadas por outra casta de... insatisfeitos? Sim, obviamente. Quem assistiu ao filme “A Rede Social”, dirigido pelo instigante David Fincher, sabe muito bem como Mark Zuckerberg — personagem —, mesmo depois de grande parte de suas conquistas, está se sentindo na última cena da película.
Pois é, a vida é um paradoxo irritante. Tentar entendê-la é abrir as portas da insatisfação, atravessar o limiar e sentir a necessidade de abri-las outra vez. E é exatamente isso que, de todas as formas, move o mundo. Se Deus fosse o exemplo máximo de satisfação plena com a própria obra ou natureza, não teria proposto no primeiro mandamento amá-lo sobre todas as coisas.
Além disso, leitor, se sua mãe não tivesse disponibilizado ao seu pai o cálice da satisfação mais sagrada de todas, ele não teria alcançado o ápice do prazer dentro dela e, por motivos evidentes, você não estaria aí, lendo este texto, tentando preencher algum vazio, o qual não vai abandoná-lo nem mesmo quando você estiver entupido de morte dentro do próprio túmulo.
É por isso que devemos aprender com o tempo, que continua passando sem nenhuma interrupção e jamais deixou de ser assim. Não para saciar o desejo de querer sempre mais, de querer sempre ir além — até porque não conhece a insatisfação de estar parado. Mas sim por ser uma existência íntegra, satisfeita com a própria condição, e, sendo assim, feliz, por ser apenas quem ele é e por estar cumprindo seu papel desde o começo dele mesmo.
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