Eu nasci na metade da década de 80, e me sinto bem a vontade pra dizer que foi um período de muita produção cultural. O cinema, a literatura e a música trouxeram obras incríveis e que com grande empatia conquistaram fãs fiéis e apaixonados em todo mundo.
Mas falando especialmente do cinema e da literatura, digo com segurança que o terror não foi deixado de lado e teve um grande representante: Hellraiser, o livro sobre o qual falarei hoje.
No ano de 1986, Clive Barker presenteou os fãs do terror com uma novela representada pela trilogia The Hellbound Heart. A originalidade da novela fez com que a história fosse adaptada com o nome de Hellraiser e revolucionou o mundo gótico, criou tendências até hoje influencia as produções do gênero.
Os ícones e símbolos ligados ao universo da história de Hellraiser são muito fortes e ditaram "tendência" consagrando o filme como uma forte referência do terror, em especial na vertente que aborda o masoquismo, o que por si só já assegura a originalidade de Clive Barker.
A história começa com o personagem Frank Cotton; um homem obcecado pelo prazer que já conheceu as mais diversas perversões e que agora busca satisfazer-se através de novas experiências. A mais nova experiência de Frank é o enigma A Configuração de Lemarchand, um quebra cabeça que traz à tona criaturas demoníacas.
Estas criaturas são conhecidas como cenobitas surgem tão logo o enigma é solucionado. As caixas (ou cubos) funcionam como um portal para uma outra dimensão que apresentará a Frank formas infinitas e inimagináveis de prazer.
"Ele seria transformado pelo conhecimento, não? Nenhum homem poderia experimentar a profundidade de tal sentimento e permanecer imutável."
Ocorre que a concepção de prazer dos cenobitas é um tanto quanto deturpada se comparada com a percepção humana. Desde a chegada dos cenobitas Frank nota que há algo diferente por trás daquelas aparências sombrias. Os cenobitas, que fazem parte da Ordem de Gash e possuem corpos assustadores modificados por pinos e pregos, arrastam Frank para uma realidade alternativa, onde ele descobrirá métodos de busca pelo prazer nunca imaginados.
O hedonista Frank conhece na pele uma concepção distorcida e alternativa de prazer, entendendo da pior forma possível que para os cenobitas a dor está intimamente ligada à ao prazer. Seu corpo é mutilado em rituais sadomasoquistas intermináveis que o levarão à uma tortura (e loucura) eterna.
Enquanto Frank encontra-se em uma dimensão alternativa, sua irmã Júlia e seu cunhado Rory enfrentam uma crise no casamento e se mudam para a casa de família onde Frank morava. Ao invés de melhorar, a situação de ambos piora, principalmente depois que Júlia começa a perceber uma estranha presença na casa.
Julia se sente atraída por um cômodo. e quando um corte na mão de Rory derrama sangue no chão esta sensação se intensifica. Julia se sente ligada ao cômodo e Rory pede ajuda a Kirsty, sua amiga, para lidar com esta situação. O que Rory e Kirsty não sabem é que logo ela será alvo do sádico Frank.
O livro é verdadeiramente assustador pela sua capacidade de nos fazer imaginar as piores cenas possíveis e provocando o leitor na medida certa com sexo, violência e sadismo. O erotismo do livro e as cenas mais sádicas podem provocar muita repulsa nos leitores mais sensíveis, mas quem se permitir ler a história e conhecer um pouco melhor este clássico do terror não irá se arrepender.
A força do livro também reside na capacidade de Clive Baker de construir cenas atordoantes mas não menos sofisticadas. A construção dos personagens, a forma como idealizou o universo gótico e sua sinceridade para lidar com temas tão complexos e tão pouco abordados em nossa sociedade, fazem de Hellraiser uma obra única e que merece ser lida dada a sua influência. Sei que é redundante mencionar a qualidade das publicações da Darkside Books, mas Hellraiser chegou ao Brasil em uma edição espetacular, capa de couro e detalhes pra deixar qualquer fã de queixo caído.
O Filme:
A adaptação foi dirigida pelo próprio Clive Barker e por esta razão se parece muito com a obra original. Particularmente gostei muito e até preferi o livro por apresentar a história de uma forma onde pudéssemos imaginar tudo o que é proposto por Clive. Mas reconheço a importância do filme e não exagerar nas comparações entre mídias tão distintas.
*Este livro foi recebido em razão da parceria com a Darkside Books.
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1 comentários
Tanto o livro como o filme são eternos, portadores de conceitos extremamente criativos e ousados até para os padrões de hoje. Clássico atemporal que merece ser revisto sempre!
ResponderExcluirObrigada por participar do nosso Universo! Seja sempre muito bem vindo...