Grace, aos dezesseis anos, precisa ir morar com seu avô em Adria (um país fictício), pois o pai está no Exército, o irmão estudando e a mãe morreu três anos antes. O detalhe é que o avô é ninguém menos que o embaixador americano no país e ela vai morar na Ala das embaixadas, onde muros cercam os embaixadores das outras nações e suas famílias.
Ela não está acostumada a
seguir os protocolos rígidos que regem sua nova residência, bem como não
consegue descansar diante de um fato extremamente inquietante: ela tem certeza
de que viu sua mãe sendo assassinada, mas todas as outras pessoas acreditam que
sua morte foi um acidente. Grace, inclusive, já fez tratamentos psicológicos
por causa disso e não é raro ser taxada de louca quando insiste no assunto do
assassinato.
Ela está certa de que viu um homem com uma cicatriz no rosto
atirando em sua mãe e está disposta a se meter em apuros para investigar o caso
e provar para todos de que ela está certa. Aliás, Grace parece ter um ímã para
confusões e frequentemente é vista em situações bastante embaraçosas para
uma neta de embaixador.
“Em outras palavras, eu devia me salvar. É a coisa mais
inteligente a fazer. Mas o lado ruim de passar a maior parte da vida ouvindo as
pessoas dizendo que você está agindo de maneira estúpida é que, no fim das
contas, você para de tentar fazer o que é inteligente.”
Logo que chega a Adria, Grace é apresentada a Noah, um
garoto metade israelense e metade brasileiro, como aquele que será seu melhor
amigo. Alexei é russo e é outro que está sempre por perto, pois é amigo de
Jamie – irmão de Grace – e prometeu que cuidaria da garota. Rosie é uma
garotinha de doze anos que sempre surge em seu caminho e Megan é a menina que
Grace conheceu desde pequena, mas de quem nunca foi íntima. Todos eles irão se
envolver voluntariamente na busca de Grace por respostas e pelo responsável
pela morte de sua mãe.
“ “Por que você está
fazendo isso, Noah?”, pergunto, antes mesmo de perceber que as palavras estão
saindo.
Noah olha para mim, aturdido: “O que você está querendo
dizer? Eu sou seu amigo. E amigos se ajudam quando estão... você sabe...
enfrentando assassinos profissionais internacionais e coisas assim.”
“Talvez seja má ideia. Talvez você não queira ser meu
amigo”, digo a ele, mas Noah apenas sorri.
“Tarde demais. Além disso, sei que você nunca me deixaria
sozinho se eu estivesse prestes a fazer uma coisa estúpida.”
“Talvez deixasse.” "
Em queda livre é o primeiro volume da série Segredos
diplomáticos e traz uma história intrigante, não apenas pelo suspense que
envolve as investigações de Grace e seus amigos, mas pelo constante questionamento
da sanidade da narradora-protagonista. Em alguns momentos, acreditamos
plenamente em tudo que Grace relata, mas em certas situações, acabamos
cogitando a hipótese de ela realmente possuir algum distúrbio psiquiátrico e
não estar em seu juízo perfeito.
Embora os personagens tenham sido bem construídos e a
narrativa tenha me cativado bastante, achei que a autora foi superficial em
alguns aspectos, provavelmente para deixar para aprofundar mais nos próximos
volumes. Por exemplo, a sinopse sugere uma paixão proibida na vida de Grace,
mas ela em momento algum demonstra estar emocionalmente envolvida por algum dos personagens – apenas
bem superficialmente uma passagem dá a entender o que virá a ser esse romance
proibido.
Como boa brasileira, também não gostei muito da forma que ela
descreveu o embaixador do Brasil, considerei bastante estereotipado.
De
qualquer forma, o livro é bacana e a série promete muitas reviravoltas, pois
por mais que o final tenha sugerido a explicação de muitas coisas, acredito que
nem tudo é o que realmente ficou entendido ali.
“Tem uma coisa que acontece quando se é a garota que é
sempre deixada para trás. Foram tantas as vezes que olhei Jamie e Alexei
desaparecerem sem mim que fiquei de fato muito boa em me convencer de que era melhor
estar sozinha.”
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