Crítica Editora Aleph

Ubik, de Philip K. Dick

00:00Universo dos Leitores

"Um dia desses - disse Joe com raiva - pessoas como eu vão se revoltar e destruir vocês, e será o fim da tirania das máquinas homeostáticas. O tempo dos valores humanos, da compaixão e do simples afeto retornará."

Publicado no ano de 1969, Ubik nos apresenta um universo diferente de tudo que estamos acostumados. Dick criou uma história em que os objetos possuem vontades próprias, as pessoas tem a capacidade de intervir no futuro e alterar determinados acontecimentos, e algumas empresas trabalham com uma tecnologia que garante que os mortos sejam congelados e fiquem em um estado de "meia-vida", o que permite que eles se comuniquem com os vivos e expressem suas vontades e opiniões.

É nesse cenário que conhecemos Joe Chip, líder de um grupo que trabalha impedindo as ações das pessoas que utilizam capacidades sensoriais para cometer crimes, revelar dados sigilosos das grandes corporações e alterar fatos do passado e/ou do futuro. Acontece que Joe é convidado a participar de uma missão especial e leva com ele toda a sua equipe, inclusive Pat Conley, uma nova integrante do grupo.
Durante a missão, uma explosão acontece e Glen Rucinter, dono da empresa na qual Joe trabalha, simplesmente desaparece. Esse fato estranho é apenas a ponta do gatilho para todas as aventuras que acontecem em seguida: viagens no tempo, mortes inexplicáveis, o surgimento de um tal "Ubik" capaz de resolver qualquer problema se utilizado na dosagem correta e claro, muitas aventuras.

Com a a linguagem simples e direta de sempre, Dick criou uma história inteligente, que brinca com o leitor, que levanta inúmeras reflexões, que critica o consumismo e o corporativismo, e que questiona, o tempo inteiro, o real e o é imaginário. O escritor demonstra ao longo da narrativa que o tempo em que vivemos não é necessariamente único, e que várias realidades podem coexistir entre si. 
Ainda não li muitos livros do Dick, mas analisando por Realidades Adaptadas e Fluam Minhas Lágrimas, Disse o Policial, essa obra não é o ponto alto do autor. Aqui os personagens não são tão bem caracterizados e as situações acontecem com muita rapidez, o que por vezes dificulta a compreensão. Eu me envolvi com a história mais pelos conceitos trabalhados e pelas dúvidas levantadas a todo tempo, que pelos protagonistas em si. 

Mesmo com essas questões eu já estou animada para conhecer outros livros do autor, já que ele sempre inova e sempre surpreende de alguma forma! 
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1 comentários

  1. Anônimo12:52

    Excelente texto! Já conhecia o autor e vou ver se leio essa indicação.

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