Crítica
Editora WMF Martins Fontes
O Escafandro e a Borboleta, de Jean Dominique Bauby
00:00Universo dos Leitores
Intenso, angustiante, envolvente e marcante! Essas palavras, mesmo dizendo muito sobre esse livro, não são suficientes para demonstrar a profundidade e a beleza dessa história que é tão triste e, ao mesmo tempo, tão humana.
Narrado em primeira pessoa, o livro conta a trajetória de Jean Dominique Bauby, um jornalista e escritor, que após um grave acidente vascular, entrou em um estado de completa invalidez, cujo termo adotado pela medicina é "locked-in syndrome”, que representa "trancado no interior de si mesmo".
"Fui então invadido por estranha euforia. Não só estava exilado, paralisado, mudo, meio surdo, privado de todos os prazeres e reduzido a uma existência de medusa, como também estava horroroso de ver."
Com o corpo completamente paralisado, o seu único contato com o mundo exterior acontecia por meio do olho esquerdo. Entre uma piscada ou duas, que representavam, respectivamente, o sim e o não, ele se comunicava com os médicos e com os familiares, expressava as suas vontades e as suas insatisfações.
"Tanto quanto de respirar, sinto necessidade de emocionar-me, amar e admirar."
A cada dia Jean vivia uma nova experiência e, enquanto o tempo passava, só lhe restavam memórias dos dias felizes do passado. Contudo, após muita persistência e força de vontade, ele aprendeu a se comunicar por meio de um vocabulário especial, que permitiu que ele ditasse cada uma das palavras desse livro. E foi assim que ele contou ao mundo as suas angústias, os seus medos, as suas descobertas e as dores. Foi entre uma piscada e outra que ele conseguiu nos contar as memórias dos seus dias feliz em Paris e também a sua dor por não poder acompanhar o crescimento dos filhos.
"Será que eu era cego e surdo ou será que a luz de uma desgraça se faz necessária para iluminar a verdadeira face de um homem?"
Com poucas páginas e uma linguagem acessível, este livro é uma verdadeira lição de vida! Uma história arrebatadora, que emociona e comove...
Quer saber mais? A Kellen Pavão também já falou do livro aqui no blog...
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