Depois de descobrir como habitar
outros planetas do sistema solar, os homens estão os preparando para as
gerações futuras. Darrow mora em Marte, onde nasceu, e trabalha como um
Mergulhador-do-Inferno, ou seja, perfura túneis no subsolo para extrair hélio-3
e tornar a superfície do planeta adequada para a população.
A Sociedade é dividida por cores
e Darrow faz parte dos Vermelhos, a camada mais baixa, aquela que está
destinada a se sacrificar para um bem maior, o bem geral. Após uma tragédia que
marca a vida de Darrow para sempre, ele vê a oportunidade de se ajuntar a um
grupo de revolucionários que propõe “transformá-lo” em um Ouro (camada mais
alta) para que ele ocupe uma posição de poder e possa libertar seu povo que vive
debaixo de escravidão e mentira.
Motivado por seu ódio pelo
ArquiGovernador e desejando realizar o sonho de alguém que amou intensamente,
Darrow decide permitir que os Filhos de Ares o treinem e o modifiquem para se
passar por um Ouro. Ele consegue entrar para o Instituto, que é onde só os
melhores Ouros, os mais fortes e mais inteligentes entram.
“Os animais sagrados de Marte fazem suas casas no nosso território.
Pica-paus martelam carvalhos e abetos. À noite, lobos uivam nas montanhas e
ficam à espreita durante o dia nas florestas do nosso território. Há cobras
perto do rio. Abutres nas gargantas quietas. Matadores correndo ao meu lado.
Que amigos eu tenho. Se ao menos Loran ou Kieran ou Matteo estivessem aqui para
me proteger. Alguém em quem eu pudesse confiar. Sou uma ovelha usando roupas de
lobo no meio de uma alcateia.”
A partir de então ele entra em um
jogo onde mil participantes selecionados vão disputar quem é o melhor. Nem
todos irão sobreviver a esse jogo e seus limites serão testados em todas as
áreas. Darrow está determinado a ser o vencedor, mas irá se deparar com todo
tipo de dificuldade: injustiça, traição, trapaça, violência, crueldade...
“O jogo começou. E agora todos querem ser o Primus. Vejo por que a
Demokracia é ilegal. Primeiro vem o berro. A frustração. A indecisão. As
discordâncias. As ideias. Patrulha. Fortificação. Encontrar comida. Montar
armadilhas. Blitz. Batidas. Defesa. Ofensa.”
Fúria vermelha é o primeiro
volume da trilogia Red Rising e é uma distopia comparada a Jogos Vorazes e
Guerra dos Tronos. Mostra elementos que estão sempre presentes em disputas de
poder e traz uma crítica à sociedade atual e à democracia.
A leitura para mim não fluiu bem
desde o início, admito que demorei um pouco a entrar no ritmo da história, achei
o começo um pouco monótono, mas depois entendi o motivo das descrições
iniciais, quando Darrow ainda era um simples trabalhador Vermelho.
Os
personagens que entraram depois na história me deixaram encantada, todos muito
bem construídos e caracterizados. Amei alguns e senti raiva de muitos!
A sagacidade e inteligência do
autor são inegáveis e a conclusão do livro foi sensacional. A parte chata agora
é ter que esperar o lançamento dos próximos volumes!
“Mustang nunca pensou nessa possibilidade antes. Dá para ver que ela
quer ir embora. É seu senso de justiça que a está matando. De alguma forma, ela
pensa que deveríamos pagar pelo que ocorreu, que os Inspetores deveriam descer
e interferir. A maioria dos moleques tem essa noção a respeito do jogo; droga,
Cassius disse isso uma centena de vezes enquanto estávamos juntos nas
patrulhas. Mas o jogo não é assim, porque a vida não é assim. Deuses, na vida
real, não descem para fazer justiça. Os poderosos fazem isso. É isso o que eles
estão nos ensinando, não apenas a dor de se conquistar o poder mas o desespero
que surge por não tê-lo, o desespero que surge quando você não é um Ouro.”
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