Baseado em fatos reais, o filme conta a trajetória dos irmãos Mark e David Schultz, dois esforçados e dedicados esportistas que dedicam a vida à luta greco-romana. A interação entre eles é muito boa, mas fica claro que por alguma razão Mark sente certo ressentimento do irmão.
Um pouco desanimado e frustrado, a rotina de Mark muda completamente quando ele conhece o milionário John E. du Pont, que lhe convida para participar de treinos remunerados em condições excelentes, na Fazenda Foxcatcher. No momento em que aceita o convite, ele se afasta do irmão e se envolve completamente com Du Pont, que aparenta ser um homem generoso, confiável e idealista, que tem como único sonho valorizar talentos e representar os Estados Unidos nas competições.
A personalidade de Du Pont é trabalhada com perfeição no filme, que demonstra claramente a sua necessidade de se destacar, de ser superior, de receber elogios etc. Ele faz o que for preciso para ficar em evidência e gosta de ser visto como um discípulo. Acontece que quanto mais Mark se aproxima desse homem melancólico, mais solitário e frustrado ele se torna.
Essa relação de afinidade completa entre os dois começa a ruir quando Du Pont consegue convencer David a integrar a equipe Foxcatcher. Amoroso, generoso e com uma família incrível, ele passa a ocupar um lugar de destaque na equipe, o que incomoda Mark e conduz o filme a uma onde de obsessão e desconforto. Os três protagonistas parecem perdidos, a relação entre eles se torna complexa e a obsessão de Du Pont faz com que ele cometa um ato inaceitável e irreversível.
O roteiro focado nos três personagens por vezes ficou monótono e lento, mas as atuações brilhantes e em perfeita sintonia de Steve Carell, Mark Ruffalo e Channing Tatum conseguem nos envolver do início ao fim. O ar melancólico, o clima tenso, as emoções à flor da pele, tudo é facilmente perceptível e envolvente. Além disso, a ambientação do filme é bem interessante e a fotografia é muito bonita, mesmo sendo pesada e com tons cinzas que transmitem a ideia de abandono e solidão.
Talvez o filme não agrade a todos, mas mostrou algumas das nuances psicológicas dos envolvidos em uma tragédia que, como o título diz, chocou o mundo.
O longa foi indicado ao Oscar 2015 nas seguintes categorias: Melhor Diretor (Bennett Miler), Melhot Ator (Steve Carell, como Du Pont), Melhor ator coadjuvante (Mark Ruffalo), Melhor Roteiro Original e Melhor Cabelo e Maquiagem.
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