"Quem não tem talento, entra numa banda de rock"
Até que ponto é saudável lutar para ver um sonho se tornar realidade? Talvez seja esse o principal questionamento de Whiplash, filme do diretor Damien Chazelle que tem como plano de fundo o jazz.
Andrew é um personagem solitário e obstinado. Seu maior sonho é uma grande referência no mundo da música, especificamente no universo do jazz. Nada importa para ele, apenas atingir a glória e ser lembrado para sempre como “o melhor”. Quando ele conhece Terence, um professor obstinado pela perfeição, extremamente talentoso, rígido e até mesmo violento, a sua vida, que já girava em torno da paixão pela música, se torna uma completa loucura, um verdadeiro desespero. Andrew deixa de querer ser o melhor para ele e passa a querer provar para Terence que ele é insubstituível, incomparável.
As angústias do garoto, somadas ao comportamento explosivo e arrogante do professor proporcionam diversas sensações. Da admiração pela vontade de alcançar algo, à indignação pelo descontrole, esse é um filme sobre seres humanos diante de situações extremas.
Em meio a toda essa trama psicológica e inteligente, que mistura situações dramáticas com momentos de cinismo e humor ácido, o filme conta com muito jazz, o que causa entusiasmo, emoção e demonstra a beleza da música e dos instrumentos. Por óbvio, a trilha sonora é impecável, elegante, envolvente e deliciosa.
Além disso, os cortes das cenas, os closes e os detalhes dos cenários representam muito bem todas as emoções dos personagens, que ao mesmo tempo em que nos cativam despertam nossa raiva ou nosso desprezo.
Um bom filme, com um final aberto a inúmeras interpretações, mas que deixa um questionamento interessante: ser um vencedor é alcançar a perfeição a qualquer custo?
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