Adaptação do livro Garota Exemplar, de Gillian Flynn, que foi publicado no Brasil pela Editora Intrínseca, o filme, dirigido por David Fincher (Clube da Luta, A Rede Social, Os homens que não amavam as mulheres, O curioso caso de Benjamin Button etc), é surpreende do início a fim. É daquele tipo que quando termina você quer uma única coisa: que ele continue.
A história começa quando Nick Dunne, um homem tranqüilo e pacato, descobre que a sua esposa Amy está desaparecida. A mulher, conhecida como Garota Exemplar é reconhecida pela mídia, com isso, logo a notícia se torna pública e ao mesmo tempo em que Nick precisa entender as causas do desaparecimento, ele precisa lutar contra a opinião da sociedade e as invasões da imprensa.
Acontece que ele não é tipo de personagem bondoso e totalmente livre de questionamentos. O seu celular não pára de tocar e ele esconde vários segredos que vão sendo revelados aos poucos e despertando dúvidas sobre a sua conduta.
Porém, quando estamos totalmente imersos na história de Nick, somos surpreendidos com o outro lado da história: a versão de Amy. As suas razões, os seus segredos, a sua engenhosidade e perversidade. Um choque, simplesmente. Um novo olhar, uma nova perspectiva para tudo.
E quando você pensar que o roteiro esgotou todas as possibilidades, a cartada final é dada e a sua mente simplesmente dará um nó! Um grande nó. O final genial é aberto a várias interpretações e infinitas hipóteses.
Apesar das tantas reviravoltas que prendem a atenção, o ritmo da história é calmo, as cenas contém detalhes e tudo é construído com cuidado. É possível perceber cada sensação dos personagens, penetrar na obsessão de Amy, nas contradições de Nick e no desespero da irmã dele, a Margo, que também tem participação interessante no longa. A construção das personalidades é impecável, todos repletos de contradições, de verdades e mentiras, de erros e acertos.
O filme compensa pelo roteiro, que além de ser dividido em três fases apresenta alguns flashbacks, pelas atuações brilhantes, pela fotografia e pelas cores que mesclam tons sombrios e claros conforme as emoções dos personagens.
Além disso, ele ainda nos deixa questionamentos interessantes: até onde o papel da mídia ajuda/atrapalha nas investigações policiais e nos resultados isentos? Até onde o ser humano é capaz de ir por vingança, amor doentio e obsessão?
Como adaptação não posso opinar, já que não li o livro. Mas posso dizer que é um filme ótimo e inteligente. Indico!
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