"Uma vez, perguntou-se, em minha presença, em que consistia o maior prazer do amor. Alguém naturalmente respondeu: “em receber”. E um outro: “em dar-se”. Um outro ainda: “prazer de orgulho”. E mais outro: “volúpia de humildade”. Houve, por fim, um descarado utopista que afirmou que o maior prazer do amor era o de formar cidadãos para a pátria.
Quanto a mim, digo: a volúpia única e suprema do amor está na certeza de fazer o mal. E o homem e a mulher sabem, desde o nascimento, que no mal se encontra toda a volúpia."
Charles Baudelaire foi um renomado poeta francês, considerado um dos grandes criadores da tradição moderna da poesia e o percussor do simbolismo, um movimento literário que reagia contra o materialismo e a racionalidade, implementando idéias relacionadas com religiosidade, transcendência, subjetivismo, morte etc.
Ao longo da sua vida, o poeta, que também era crítico de arte e influente pensador político, publicou diversas obras. Contudo, Meu Coração Desnudado não é uma obra como as demais. Trata-se, na verdade, de uma publicação póstuma, que reúne diversos rascunhos soltos e desordenados que ele fez durante um período da sua vida.
Com divagações incompletas sobre Deus, religiosidade, fé, amor, política, arte etc, é possível conhecer muito sobre o estilo literário e também sobre a intimidade de Baudelaire por meio desse livro, que diz tanto, mesmo sendo tão incompleto e tão vago.
Crítico, intenso, questionador, insano, rígido e ao mesmo tempo sentimental, os seus pensamentos encantam e causam incômodo em razão da objetividade, da clareza e da lucidez com a qual são dispostos no papel.
Se considerarmos a época em que cada um dos pensamentos dispostos nesse livro foram escritos (1855 a 1862 e 1859 a 1866), podemos concluir, sem sombra de dúvidas, que Baudelaire era um homem à frente do seu tempo.
Para gostar desse livro você precisa, somente, de sentir prazer em questionar os seus valores e as coisas que tem como verdades absolutas.
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