A cabeça de um homem Companhia das Letras

A cabeça de um homem, Georges Simenon

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O escritor belga Georges Simenon foi um dos grandes escritores da literatura policial. Entre os seus trabalhos publicados, 75 romances e 28 contos foram protagonizados pelo Comissário Maigret, um homem peculiar, que trabalha nos crimes buscando não só julgar os condenados, mas, sobretudo, compreender a trajetória de cada um deles e descobrir as verdadeiras razões pelas quais ele foram levados a praticar os atos contrários à lei.

Nesse volume, o Comissário se depara com um condenado à morte, que está prestes a ter sua sentença confirmada. Contudo, mesmo tendo acompanhado o caso e analisado diversas vezes as provas, ele só consegue visualizar duas possibilidades: ou o homem é louco, ou é inocente. Inquieto com esses pressentimentos, ele arquiteta um plano mirabolante e não descansa enquanto não consegue descobrir todos os mistérios que envolvem o caso.
Claro que como de costume em livros policiais, várias reviravoltas acontecem e a história segue um ritmo ágil e eletrizante até chegar ao final. Em meio a provas, dúvidas e diversas incertezas, o peculiar Comissário se revela, acima de tudo, um homem justo. Certo, ou não, você terá que ler para descobrir.

"Quando Joseph Heutrin foi detido, o que me chamou a atenção é que era impossível classificar seu crime numa categoria qualquer. Ele não conhecia a vítima. Não havia roubado nada. Não é sádico nem desequilibrado..."

Confesso que em razão de toda a fama do escritor, eu esperava algo a mais na história, algo mais grandioso ou inovador. No entanto, mesmo mantendo a velha fórmula dos romances policiais, que são permeados de possibilidades e de clichês, o escritor conseguiu construiu uma história inteligente, objetiva e interessante. 
A escrita é  bem trabalhada, e a narrativa conta com vários personagens, o que demanda atenção. A construção da personalidade do Comissário Maigret é bem desenvolvida, tornando perceptível a sua variação de humor e a sua alternância entre a racionalidade e a emoção. 

"A condição essencial é não ser pego. E, para tanto, o mais seguro é atirar um falso culpado para que a justiça sacie sua fome..."

Outro fator positivo reside no fato de ser um livro curto, com apenas 145 páginas e permeado de diálogos, o que agiliza a leitura e facilita o transcorrer da história.
Para quem gosta do gênero, vale a pena conhecer. Aproveitando, vale mencionar que a Companhia das Letras relançou vários títulos do escritor, que estão sendo vendidos tanto individualmente, como em um box para colecionador. 




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