Hoje vou falar sobre este grande sucesso publicado pela Pedrazul Editora: o belĂssimo Evelina, de Frances Burney- escritora conhecida por inspirar nada mais nada menos que Jane Austen.
Evelina Ă© um romance epistolar, ou seja narrado por meio de cartas. Essa caracterĂstica aproxima o leitor da protagonista já que o tom intimista das cartas nos familiariza rapidamente com a personagem.
A história narrada é a de Evelina, a filha não reconhecida de um aristocrata, criada pelo reverendo Arthur Villars. A jovem de trato gentil e delicado tem uma vida pacata sob a proteção do tutor. Este cenário faz com que Evelina preserve sua inocência e inexperiência.
Prestes a completar 18 anos, ela Ă© convidada para uma visita a Londres, por uma famĂlia de amigos para conhecer a sociedade aristocrata da Ă©poca, aumentando assim seu cĂrculo social e sua convivĂŞncia com outras pessoas. Seu tutor permite a viagem e Evelina segue em direção a uma vida bem diferente da sua.
Isto porque sua chegada é marcada pela curiosidade de todos, o que faz com que ela se torne o centro das atenções. Criada no interior e longe da proteção do reverendo Villars, Evelina, que desconhece os costumes e toda a formalidade da sociedade burguesa se comporta de forma espontânea e ingenuamente comete uma série de gafes que fazem dela um alvo negativo.
Sua apresentação à tradicional e restrita alta sociedade londrina não é vista com bons olhos: sua beleza e sua origem desconhecida inflamam olhares e despertam comentários maldosos dos convidados, principalmente depois da postura inocente e espontânea.
Apesar de embaraçosa, a conduta de Evelina dá o tom cômico do livro, ainda que a simplicidade do comportamento da jovem seja alvo de comentários um tanto quanto maldosos. A partir daà a história é tomada por uma série de acontecimentos que levarão a protagonista a uma maturidade quase forçada, por mais que ela preserve a doçura do começo da história. Ela é alvo de cobiça, se envolve em um romance, mas amadurece e nos diverte com seu jeito tão doce e espontâneo, deixando a história leve.
Minhas Impressões:
Evelina Ă© uma personagem encantadora: doce, gentil, divertida, e a histĂłria Ă© simplesmente apaixonante. A narrativa Ă© bem construĂda e o formato epistolar proporciona uma certa intimidade com os personagens, alĂ©m de um grande envolvimento com a histĂłria.
Alvo de interesses, Evelina preserva seu comportamento delicado e nos proporciona cenas inusitadas ao longo do livro. Assim como nas obras de Austen, temos doses de humor, mas Burney utiliza o recurso de uma forma um pouco diferente. Enquanto Austen utiliza o humor com muita sutileza e de forma crĂtica, Burney da um toque mais objetivo nas cenas de comĂ©dia. Algumas cenas e personagens sĂŁo quase alegĂłricos e Evelina Ă© exposta a diversas situações inusitadas.
A histĂłria tem os traços de um "romance de formação", ou seja, podemos acompanhar desde o começo o desenvolvimento fĂsico, Ă©tico e psĂquico de Evelina, ainda que ela tenha preservado sua essĂŞncia e sua generosidade.
Adorei a edição super caprichada da editora Pedra Azul, com um cuidados como a embalagem do livro, à escolha das páginas, a seleção de ilustrações originais e a diagramação que proporciona uma leitura bastante agradável.
Confesso que adorei a história e mesmo sendo suspeita para comentar (já que sou fã de romances de época), posso garantir que Evelina é uma uma história especial que certamente me levará a conhecer outros trabalhos de Frances Burney!
Sobre a Autora:
Frances ‘Fanny’ Burney (1752-1840) foi uma das romancistas inglesas mais populares do final do sĂ©culo XVIII. Precursora de romances que retratam a simples vida domĂ©stica, Burney teve forte influĂŞncia sobre Jane Austen, Maria Edgeworth e William Thackeray. Seu talento para contar histĂłrias, sua capacidade, sua abundância de personagens, somente foram superados por Charles Dickens. Ela tambĂ©m foi uma importante diarista e cronista dos costumes ingleses sobre moral e sociedade. Filha de Charles Burney, um ilustre historiador da mĂşsica, a autora se tornou popular com a publicação de ‘Evelina’. Embora ela tivesse começado a compor a obra em 1767, somente a publicou em 1778, de forma anĂ´nima. Burney tambĂ©m publicou outros romances: Cecilia ou MemĂłrias de Uma Herdeira, em 1782, e Camilla ou Um Retrato da Juventude, em 1796, ambos citados por Jane Austen em A Abadia de Northanger. Burney tambĂ©m conviveu na corte inglesa e no perĂodo de 1787 a 1791 atuou como guarda das vestes da rainha Charlotte. Em 1793, ela se casou com o general d'Arblay, um refugiado francĂŞs, com quem viveu na França de 1802 a 1812.
A HistĂłria de Uma Capa
Muita gente compra um livro pela capa, mas nem todas as capas sĂŁo obras de artes. A capa da edição brasileira de “Evelina”, da autora inglesa que inspirou Jane Austen, Frances Burney, conhecida tambĂ©m como Fanny Burney, clássico lançado pela Pedrazul Editora agora em julho, tem muita HistĂłria. A obra “Evelina” foi lançada em Londres pela primeira vez, em 1778, de forma anĂ´nima. Mas Burney era amiga de um grande e importante pintor da Ă©poca chamado John Hoppner (1758-1810). O artista, que sabia quem era a verdadeira autora do livro que fez um sucesso retumbante, apaixonou-se pela heroĂna e resolveu presentear a autora. Para isso Hoppner saiu Ă procura de uma desconhecida que fosse tĂŁo bela quanto Ă sua Evelina, encontrando-a fez a pintura que hoje Ă© a capa da edição da Pedrazul. Chamada “Retrato de uma Senhora como Evelina”, a obra de 1780 complementa com uma belĂssima obra de arte o clássico InglĂŞs que eternizou a autora.
1 comentários
Boa tarde.
ResponderExcluirOnde eu consigo um exemplar? Quero muito este livro e nĂŁo encontro em lugar algum!!!
Preciso ler esse da Editora Pedra Azul, sĂŁo lindos esses livros...
Obrigada.
Lisiane Pereira
Obrigada por participar do nosso Universo! Seja sempre muito bem vindo...