“Tem dias que, sabe como é, desde a hora em que acordamos até a que
vamos dormir, tudo em que a gente toca se parte em mil pedacinhos. Então, em
dias assim, quanto menos você mexer nas coisas, melhor.”
Elise Dembowski é a típica adolescente americana que sofre
bullying: não consegue fazer amigos e é considerada por todos no colégio como “a
estranha”. Ao completar quinze anos e prestes a começar o Ensino Médio, ela
decide mudar radicalmente para se adequar ao estilo de seus colegas da escola e
conseguir relacionar-se com eles. Durante as férias, Elise faz um estudo
profundo sobre tudo que é tendência entre as pessoas de sua idade e compra
roupas de acordo com o que está na moda (mesmo não gostando nem um pouco e
achando um absurdo gastar seu dinheiro com isso).
“Desci sozinha e sozinha fui para a minha sala, peguei a grade de
horários e não a comparei com a de ninguém. O sinal tocou e fui para a aula de
espanhol sozinha. Quando tocou de novo, fui para a aula de geometria sozinha.
De qualquer forma, era melhor “sozinha” que “zoada”, só que naquele ano eu
queria mais. Passei todo o verão me preparando para aquilo e eu queria mais.”
Acontece que as coisas não fluem como ela esperava e Elise
praticamente perde as esperanças de se tornar uma garota normal, com amigos. Sua
família também não faz parte dos “padrões normais”. Ela passa alguns dias da
semana com o pai, que é músico e trabalha numa loja de instrumentos, grande
responsável por seu refinado gosto musical – Elise está o tempo todo com seus
fones de ouvido e cria playlists para toda situação que vive. Os outros dias
ela passa na casa da mãe, que casou-se novamente e tem mais dois filhos, um
menino de cinco anos e uma menina de sete.
Para fugir um pouco da solidão, do tédio e dos sentimentos
ruins que a rodeiam, Elise começa a caminhar durante a madrugada para se distrair.
“Assim, passei a vagar pela cidade, às vezes só por meia hora, em
outros dias até que o sol começasse a nascer. Eu andava até que me sentisse
cansada. Ninguém me via nem fazia a menor ideia disso e, por esse motivo, essas
caminhadas noturnas eram o único momento em que eu não me sentia como uma
prisioneira na minha própria vida.”
“Caminhar à noite é como caminhar num sonho. Está escuro, portanto é
impossível prestar muita atenção no cenário. Eu não usava relógio, então o
tempo perdia o sentido. Não carregava nenhum tipo de sacola, mochila ou o que
quer que pesasse sobre o meu corpo durante o dia. Por isso, me sentia leve e
bem-disposta. Eu ouvia música no volume máximo e não pensava em nada.”
Certa noite, durante uma dessas caminhadas, Elise conhece
duas garotas, Vicky e Pippa, que a convidam para um galpão, onde acontece a Start,
“o melhor clube underground do mundo”. E é aí que a vida da garota rejeitada,
solitária e estranha dá uma reviravolta. No cenário noturno, Elise consegue se
divertir como uma garota de sua idade. Dançar, fazer amigos, ser ela mesma, sem
precisar fingir que é ou gosta de algo contrário à sua essência.
A playlist da minha vida é um livro sobre adolescentes
voltado para o público adolescente. Como já passei um pouco dessa fase, a
leitura não me empolgou totalmente. É bem clichê e previsível, mas a mensagem
que passa é de grande importância para quem está na mesma faixa etária da
protagonista. Levanta questões e reflexões importantes, é bem escrito e a
narrativa é fluida e fácil. Além disso, as referências musicais enriquecem
bastante a obra. Recomendo aos jovens leitores!
“Às vezes, temos aqueles dias em que tudo dá errado. Mas, às vezes,
alguma coisa pode dar certo da maneira mais inesperada possível.”
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