Bastidores
Biografia
The Dark Side Of The Moon- Nos Bastidores da Obra Prima do Pink Floyd de Jhon Harris
12:25Universo dos Leitores
Hoje eu vou contar pra vocês um pouco sobre este livro que ganhei da Editora Zahar: "The Dark Side Of The Moon- Nos Bastidores da Obra Prima" de Jhon Reris, que revela os bastidores de um dos álbuns da banda de rock progressivo Pink Floyd, considerado pela crítica musical um dos mais emblemáticos discos de todos os tempos. O livro foi um verdadeiro presente, já que sou fã da banda e este é o meu álbum favorito.
Antes de começarmos, preciso mencionar alguns dados interessantes para os curiosos e para fãs da banda: "Dark Side Of The Moon" é um dos discos mais bem sucedidos da história da música- o álbum teve mais de 50 milhões de cópias vendidas em todo mundo, sendo 30 milhões na época do lançamento. Atualmente o disco ainda é o segundo mais vendido do planeta, cedendo o primeiro lugar do pódio apenas para Thriller de Michael Jackson com seus números astronômicos. Dark Side Of The Moon ainda permaneceu por 724 semanas, quase 14 anos, entre os álbuns mais vendidos nos Estados Unidos e estima-se que em 1 de cada 5 casas do Reino Unido exista um álbum.
Só para pra que você tenha uma ideia do que representam estes números, na época do lançamento falava-se que, em todo mundo, não existia um minuto sequer em que a música não estivesse sendo tocada. Graças a este sucesso, até hoje a banda firma-se indiscutivelmente como a maior referência de rock progressivo e continua vendendo e conquistando fãs cada vez mais jovens e interessados em conhecer sua música.
Digo isto para que fique bem clara a importância de Pink Floyd no cenário musical, o que destaca ainda mais o ótimo trabalho feito por Harris que revelou em seu livro detalhes incríveis por trás deste disco tão icônico.
"Se você pegar "A Saucerfull of Secrets e as músicas "Atom Heart Mother e ‘Echoes’, tudo levaria de maneira lógica a Dark Side Of The Moon"David Gilmour (pg. 64) 
Se você é fã da banda, talvez já tenha assistido ao documentário “The Dark Side of the Moon” da série “Classic Albums” (de 2003) que mostra algumas curiosidades da produção deste álbum e esteja se perguntando se ambos são idênticos, mas não se engane: Jhon Harris foi além e com muita honestidade revelou detalhes mais profundos do processo produtivo do álbum, bem como da postura dos integrantes da banda dentro e fora dos palcos.
Ainda comparado ao documentário, o livro se mostra mais completo ao destacar o olhar de algumas pessoas que trabalharam com a banda, como o depoimento da cantora Clare Torry que criticou a frieza dos músicos e comentou o desgaste físico e psicológico ao gravar "The Great Gig in the Sky”.
Os estudos de Haris ainda levaram a uma detalhada descrição da trajetória do Pink Floyd até o lançamento do álbum: o autor traça todo o caminho e evolução dos músicos desde a formação da banda (que contava com a presença de Syd Barret), até a repercussão do álbum e o impacto que ele provocou na vida dos músicos.
As divergências de relacionamento, a sintonia criativa, os conflitos ideológicos de Roger Waters, a saída de Barret, a integração de David Gilmour, e o sucesso comercial assustador da banda, são retratados no livro de Jhon Harris.
A obra, que é dividida didaticamente em seis capítulos e um prólogo, conta com fotos raras e também pode ser dividida em duas partes: antes e depois de "Dark Side".
Dark Side Of The Moon foi um incontestavelmente um divisor de águas na carreira dos músicos que estavam acostumados a fãs contemplativos e silenciosos, que passaram a dividir espaço com os mais boêmios e barulhentos filhos da década de 70. David Gilmour falou sobre isso:
“O que mais me lembro desse período é da incrível chateação nos shows”, diz Gilmour.“Nós apresentávamos em lugares onde a garotada toda berrava ‘Money!’ durante todoo espetáculo. Estávamos acostumados com aqueles fãs reverentes. ... Em alguns momentos queríamos um pouco de calma, especialmente no começo de ‘Echoes’, e todos gritavam ‘Money!’” (Money foi o single do disco, a “música de trabalho”);(p. 192)
Abordando temas universais como vida, morte e loucura, Pink Floyd conseguiu seguir em frente com Dark Side sem a presença genial de Barret, que deixou a banda de forma dramática em virtude de seus problemas mentais. No entanto, a banda não abandonou sua influência e alguns trechos podem ser interpretados como alusões à Syd Barret, como neste em Brain Damage:
"The lunatic is in my head
The lunatic is in my head
You raise the blade, you make the change
You re-arrange me 'till I'm san"
The lunatic is in my head
You raise the blade, you make the change
You re-arrange me 'till I'm san"
Tradução
"O lunático está na minha cabeça
O lunático está na minha cabeça
Você levanta a lâmina, você faz a mudança
Você me refaz até eu ficar são."
Em alguns pontos discordei do descrédito do autor em relação a alguns álbuns anteriores (como Ummagumma), já que em Dark Side temos inúmeros traços de tudo que foi produzido pela banda. Na minha opinião Dark Side Of The Moon representa o exaurimento da evolução da banda e marca de forma definitiva a sequência do trabalho criativo sem Barret, de forma que não se possa desconsiderar todos os elementos importantes para que se chegasse ao álbum mais bem sucedido da banda.
Um guia fantástico e uma dica maravilhosa para os fãs incondicionais de Pink Floyd (aqueles que como eu adoram ouvir o álbum no escuro entre dois amplificadores), para os curiosos e apreciadores de boa música!
Sobre o autor:
JOHN HARRIS é jornalista e escritor, autor de Britipop!: Cool Britannia and the Spectacular Demise of English Rock. É colaborador de diversas revistas e jornais especializados em rock, como Rolling Stones, Mojo, Qe NME.
Ficha Técnica
Lançamento: 22/11/2006
Assunto: Música
Tradutor: Roberto Muggiati
Páginas: 224 páginas
Dimensões: 15,5x20cm
Edição: 1ª edição
ISBN 9788571109605
Código: Z1047
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