Ousado, crítico, surpreendente e corajoso, Battle Royale é um dos grandes sucessos
da literatura japonesa que chegou ao Brasil pela primeira vez em uma edição
impecável da Globo Livros.
Acerca da história, a premissa é simples: um
grupo composto por 42 adolescentes sai em uma excursão escolar e o que era
apenas um passeio se torna motivo de pânico, já que eles são levados para um
lugar desconhecido e descobrem que participarão de um jogo imposto pelo governo
ditatorial do Japão, em que a premissa básica é a de que terão que matar uns ao
outros, já que apenas um pode ser o vencedor.
Informados desse fato, eles recebem um kit básico
para sobrevivência e, em seguida, são liberados para a batalha. A partir desse
momento, o jogo começa e sem saber em quem confiar ou não, eles precisam pensar
em estratégias e alternativas não só para a sobrevivência como também para
burlar o sistema.
Com um ritmo excelente e uma linguagem clara, a
história conseguiu demonstrar, por meio das atitudes dos personagens, os traços
da cultura oriental, que é completamente marcada por questões relacionadas à
honra, à integridade, à supervalorização do país e do governo.
Um destaque na narrativa é o fato de ter sido
elaborada em terceira pessoa, assim, mesmo apresentando Shuya, Noriko e
Shogo como personagens centrais, todos os outros estudantes receberam um
foco especial em algum momento, o que possibilitou a percepção de diferentes
reações e manifestações de idéias diante da desesperadora sensação de estar com
a vida por um fio.
Apesar de ter 663 páginas, os capítulos são
curtos, o que contribui para a sensação de fluidez da leitura. Além disso, as
descrições minuciosas dos acontecimentos, das batalhas e das mortes criam um
clima de tensão e euforia, despertam a curiosidade para as reações dos
participantes ante aos acontecimentos e nos impedem de deixar a leitura de
lado.
Preciso mencionar que muito mais que mostrar a violência com toda a sua frieza e crueldade, o livro apresenta os contornos de um Estado Totalitário, que impõe o medo como sustentáculo social e que se baseia na ideia de que só os governantes merecem confiança uma vez que somente eles visam o bem geral.
Preciso mencionar que muito mais que mostrar a violência com toda a sua frieza e crueldade, o livro apresenta os contornos de um Estado Totalitário, que impõe o medo como sustentáculo social e que se baseia na ideia de que só os governantes merecem confiança uma vez que somente eles visam o bem geral.
Battle Royalle x Jogos Vorazes:
Aclamado pela crítica mundial e com mais de um
milhão de exemplares vendidos, a história de Battle Royalle inspirou a criação da trilogia Jogos Vorazes, um sucesso da escritora Suzanne Collins. No entanto,
apesar das semelhanças no enredo principal (adolescentes lutando até a morte), não
há que se falar em plágio, uma vez que a construção das histórias, o
desenvolvimento dos contextos, cenários e personagens, bem como o público alvo
dos livros foram construídos de forma completamente diversa.
Saliento que cada história tem seu mérito e ambas merecem ser lidas e apreciadas...
Saliento que cada história tem seu mérito e ambas merecem ser lidas e apreciadas...
O filme:
Em razão do sucesso do livro, a história foi
adaptada para o cinema e contou com a participação de Chiaki Kuriyama, do famoso filme Kill Bill. Quem quiser conhecer o
longa, pode encontrá-lo em versão integral no YouTube:
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