Amizade Dicas

10 histórias de amizade escolhidas pela Revista Trip

00:00Isabela Lapa

Em agosto de 2012 a Revista Trip publicou uma lista com as "10 histórias de amizade (e às vezes de amor e ódio) escolhidas pela Trip que viraram livros"Na lista me deparei com alguns livros populares e outros menos conhecidos, mas confesso que os desconhecidos instigaram a minha curiosidade.

Confiram a lista: 

1 - Patti Smith e Robert Mapplethorpe Só garotos (Companhia das Letras)

Sinopse: Crescida numa família modesta de Nova Jersey, Patti trabalhou em uma fábrica e entregou seu primeiro filho para adoção, antes de se mandar para Nova York, com vinte anos, um livro de Rimbaud na mala e nada no bolso. Era o final dos anos 1960, e Patti teve de se virar como pôde: morou nas ruas de Manhattan, dividiu comida com um mendigo, trabalhou e dormiu em livrarias e até roubou os colegas de trabalho, enquanto conhecia boa parte dos aspirantes a artistas que partilhavam a atmosfera contestadora do famoso “verão do amor”. Foi então que conheceu o rapaz de cachos bastos que seria sua primeira grande paixão: o futuro fotógrafo Robert Mapplethorpe, para quem Patti prometeu escrever este livro, antes que ele morresse de AIDS, em 1989.

“Só garotos” é uma autobiografia cativante e nada convencional. Tendo como pano de fundo a história de amor entre Patti e Mapplethorpe, o livro é também um retrato apaixonado, lírico e confessional da contracultura americana dos anos 1970, desfiado por uma de suas maiores expoentes viva.

Muitas vezes sem dinheiro e sem emprego, mas com disposição e talento de sobra, os dois viveram intensamente períodos de grandes transformações e revelações — até mesmo quando Robert assume ser gay ou quando suas imagens ousadas e polêmicas começam a ser reconhecidas e aclamadas pelo mundo da arte. Ao refazer os laços sinceros de uma relação muito peculiar, Patti Smith revela-se uma escritora e memorialista de grande calibre — e o modo como seu texto reflete a lealdade dos dois é comovente, apesar de todas as diferenças.

2 - Serge Gainsborg e seu motorista, Alann Parouty Serge, mon patron – Le Carnet du Chauffeur de Serge Gainsbourg (Editions Pascal)

Sinopse: Foi lançada no dia 20 de janeiro de 2010 mais uma biografia sobre o cantor e compositor francês Serge Gainsbourg. O livro não se trata de uma obra escrita por alguém distante do biografado. Pelo contrário.

Chamado “Serge, Mon Patron... le carnet du Chauffeur de Serge Gainsbourg” foi escrito por Allan Parouty, ex-motorista que se tornou amigo e confidente do cantor e trabalhou com Gainsbourg por 12 anos, até a morte do cantor em março de 1991.

Em seu livro Parouty descreve um Gainsbourg sensível e frágil e ao mesmo tempo com idéias provocantes. O lançamento é da Edition Pascal.

3 - Roberto Carlos e seu mordomo, Nichollas Mariano O rei e eu (Edipan)
Sinopse: Não encontrada.

4 - Clarice Lispector e Fernando Sabino Cartas perto do coração (Record)

Sinopse: Reflete-se nas cartas trocadas por eles entre 1946 e 1969. Permeada pelo espanto e fascínio dos autores ante o futuro, CARTAS PERTO DO CORAÇÃO traz a correspondência entre Fernando Sabino e Clarice Lispector e permite, a reboque, descobrir o mundo interno desses dois escritores quando jovens.Na última fase da vida de Clarice Lispector surgiram-lhe outras relações de amizade, mas o relacionamento entre ela e Fernando Sabino foi o primeiro e um dos mais intensos desde o início de sua carreira literária. Em janeiro de 1944, Sabino mal havia completado vinte anos e recebia, em Belo Horizonte, onde morava, o exemplar de um romance chamado Perto do coração selvagem, com uma dedicatória da autora, Clarice Lispector, ainda desconhecida do grande público. "Fiquei deslumbrado pelo livro," confessa Sabino.

Depois de apresentados um ao outro por Rubem Braga, os dois começaram uma amizade marcada pelo convívio diário e conversas marcadas em confeitarias da cidade. Uma ligação retratada em CARTAS PERTO DO CORAÇÃO. A amizade continuou , através dessas cartas, com uma freqüência só interrompida quando se encontravam os dois no Rio de Janeiro. "Trocávamos idéias sobre tudo," Conta Sabino. "Submetíamos nossos trabalhos um ao outro. Reformulávamos nossos valores e descobríamos o mundo, ébrios de mocidade. Era mais do que a paixão pela literatura, ou de um pelo outro, não formulada, que unia dois jovens ''perto do coração selvagem da vida'': o que transparece em nossas cartas é uma espécie de pacto secreto entre nós dois, solidários ante o enigma que o futuro reservava para o nosso destino de escritores."

5 - Carlos Drummond de Andrade e Cyro dos Anjos Cyro & Drummond (Globo)

Sinopse: O Carlos antes de ser Drummond, ainda poeta estreante, o Cyro anterior a O amanuense Belmiro. O Carlos funcionário público, já poeta prolífico, pai, marido e crítico espirituoso. O Cyro memorialista, viajante e também não menos crítico. Intimidades, trajetórias muito particulares, as andanças profissionais e o lado menos óbvio e conhecido dos dois escritores são revelados agora – 25 anos após a morte de Drummond – em Cyro & Drummond – correspondência de Cyro dos Anjos e Carlos Drummond de Andrade, com organização, prefácio e notas de Wander Melo Miranda e Roberto Said, lançamento da Biblioteca Azul para a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) 2012, em que Drummond é o escritor homenageado. 

A obra reúne documentos originais da Fundação Casa de Rui Barbosa e do Acervo de Escritores Mineiros, da Universidade Federal de Minas Gerais. Mostra cartas, bilhetes, postais e telegramas que expõem abertamente, como numa conversa de confidentes, as angústias dos escritores diante do destino incerto reservado aos que se arriscam à carreira literária em um país periférico, as estratégias e os percalços experimentados no serviço público. Por isso, não escapam as agitações políticas de um período pautado pelo acirramento do debate ideológico e das efervescências no Brasil e no mundo: Estado Novo, Segunda Grande Guerra, Modernismo. Suas vidas e suas cartas são atravessadas pelo fervor e, sobretudo, pelas incongruências de tempos revolucionários. 

O livro deixa clara a intimidade de ambos, fato que permite que opinem sobre outros escritores como Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos. Encontra-se em Drummond um leitor voraz, emitindo sem rodeios juízos de valor sobre o que se produzia a seu redor. Amparado no fio da confiança, traçado entre compadres, o poeta assume o papel de crítico ferino dos regionalistas, estabelecendo as linhas divisórias de suas preferências e, sobretudo, de suas antipatias literárias. Porém, também nesse terreno, a reflexão artística e metalinguística parece dar ensejo ao debate político, afinal, como desabafa Drummond: “Nascemos todos incapazes para a política, mas fadados a sofrer no lombo suas transformações.”

Nos textos, aparecem também as inquietações típicas de uma geração rural, que se casou cedo, mas que passou a vida em um contexto urbano de progressiva abertura e liberdade. Não apenas os projetos e impasses pessoais, mas da literatura de ambos, aquela produzida na esteira dos diversos modernismos brasileiros em meados do século 20. E é precisamente nesse campo que a publicação das cartas faz sentido para além do simples voyerismo.

O projeto gráfico, o livro vem dentro de um envelope de correspondência, valoriza a transcrição das correspondências trazendo ainda imagens fac-similar de algumas delas, além de fotos pessoais dos autores inéditas.

6 - Mário de Andrade e Câmara Cascudo Cartas, 1924-1944 (Globo)

Sinopse: A obra traz as correspondências de Mário de Andrade com Luís da Câmara Cascudo sob a regência observadora de Marcos Antônio de Moraes, dialogando sobre a formação da cultura brasileira. 

7 - Sigmund Freud e Carl Jung The Talking Cure (Faber & Faber)
Sinopse: Não encontrada.

8 - Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre Memórias de uma moça bem-comportada (Nova Fronteira)
Sinopse: Com este livro, a grande escritora francesa dá início ao seu ciclo memorialístico. Simone de Beauvoir divide com o leitor passagens de sua infância e juventude, como o início de seu duradouro relacionamento com o escritor e filósofo existencialista Jean-Paul Sartre.

9 - John Grogan e seu cachorro Marley Marley e eu (Agir)

Sinopse: John e Jenny eram jovens, apaixonados e estavam começando a sua vida juntos, sem grandes preocupações, até ao momento em que levaram para casa Marley, "um bola de pêlo amarelo em forma de cachorro", que, rapidamente, se transformou num labrador enorme e encorpado de 43 quilos. 

Era um cão como não havia outro nas redondezas: arrombava portas, esgadanhava paredes, babava nas visitas, comia roupa do varal alheio e abocanhava tudo a que pudesse. De nada lhe valeram os tranqüilizantes receitados pelo veterinário, nem a "escola de boas maneiras", de onde, aliás, foi expulso. Mas, acima de tudo, Marley tinha um coração puro e a sua lealdade era incondicional. Imperdível.

10 - Padre Fábio de Melo e Gabriel Chalita Cartas entre amigos - sobre ganhar e perder (Editora Globo)

SinopseAs indagações do mundo real e a da própria vida diária levaram os amigos Gabriel Chalita e padre Fábio de Melo a se corresponderem por um meio quase esquecido em tempos de e-mails: as cartas escritas à mão!

Dessa troca, desse diálogo entre os amigos, surgem de maneira quase iluminadora, respostas para muitas questões que a sociedade ainda espera.

Das reflexões individuais de cada autor nascem as afinidades intelectuais de duas mentes motivadas e envolvidas com nosso tempo, e que trazem ao leitor referências - de textos escritos em outras épocas - que podem ser citadas em qualquer situação do mundo contemporâneo em que vivemos.

Em Cartas entre Amigos: Sobre Ganhar e Perder, de Gabriel Chalita e Fábio de Melo, Machado de Assis, Castro Alves, Guilherme de Almeida, Graciliano Ramos, entre outros escritores, dialogam com as inquietações dos autores e mostram análises confortantes, que aliviam a aparente desesperança de viver no século 21.

Já as citações de autoras em plena produção literária, como Adélia Prado e Nélida Piñon, permeiam o livro nos dando a sensação de ser "entendido" por alguém.

Na carta inaugural do livro, Gabriel Chalita lembra como o conhecimento nasce da experiência pessoal, mas cresce pelo convívio e pelo respeito pelo outro. E ensina como a espera e a esperança dão significado à experiência e ao conhecimento, como por exemplo, na frase "esperar é reconhecer-se incompleto".

Leitores, espero que tenham gostados das dicas! Já conhecem alguns destes livros?

Fonte


You Might Also Like

0 comentários

Obrigada por participar do nosso Universo! Seja sempre muito bem vindo...

Acompanhe nosso Twitter

Formulário de contato