Charlotte Brontë Jane Eyre

Dicas de Jane Eyre para as mulheres do século XXI

06:00Universo dos Leitores

Jane Eyre, a marcante personagem de Charlotte Brontë, foge a todas as regras de protagonistas femininas: não possui uma beleza espetacular, tem defeitos e qualidades, medos e coragens, mas é independente e vive sofrimentos e drama comuns à intimidade de toda mulher. 

Mesmo tendo sido criada no ano de 1847, deixou lições que valem até os dias de hoje. Essas lições foram listadas em um interessante post do site Homo Literatus, confiram quais são elas: 


1. Você pode superar o seu passado, não importa o quão ruim ele foi.

Quando criança, Jane Eyre era infeliz e torturada por seus parentes horríveis. Eu realmente chorei durante toda a primeira metade do livro ao ver o quão cruel as pessoas que a criaram foram. Seu primo, John, era o pior. Ele sempre a lembrava que ela era órfã, as crianças a excluíam de suas brincadeiras e ela era punida sendo trancada no quarto em que seu tio morreu. No início, Jane nutriu ressentimentos. Ela confrontou sua tia antes de sair para o colégio interno, e basicamente lançou essa família para fora de sua vida. Quem não faria? Mas ela aprendeu muito sobre “deixar ir” quando foi enviada para o colégio interno e fez amizade com uma menina doente chamada Helen. Como observou Helen, “… a vida é curta demais para ser gasta com animosidades, só pensando nos acontecimentos ruins.”*

2. Seu desejo deve decidir o seu destino.

Você pode fazer o que você quiser fazer. Cabe a você, e o quanto você realmente deseja algo, determinar se irá ou não acontecer. Jane enfrentou muitas adversidades em sua juventude. As pessoas constantemente eram mesquinhas com ela, e ela foi levada a se sentir muito insignificante. Mas ela acreditou em si mesma e em sua capacidade de superação. Apesar de não ter família nem dinheiro, ela encontrou um emprego e conseguiu viver bem. E sabe o que mais? Apesar de que, durante a maior parte do livro, apenas coisas ruins acontecem com ela, ela ainda continuava a viver o “felizes para sempre”.

3. Diga ao cara que você quer sair com ele!

Jane disse: “É loucura para qualquer mulher alimentar dentro de si um amor secreto que, se não correspondido e não revelado, acabará por devorar-lhe a vida. E que, se descoberto e correspondido, acabará por levá-la ao caminho da desgraça, do qual não há volta.”* Nutrir algo em segredo pelo atendente do café ou pela pessoa que você vê no metrô todos os dias não vai levá-la a lugar nenhum. Simplesmente chame-o para sair. Vai ser muito menos doloroso do que ficar suspirando em silêncio.

4. Amar e respeitar a si mesma é essencial, e é a chave para a independência.

Quando aquela voz interior que todos nós temos em nossas cabeças confrontou Jane e a questionou sobre quem se importaria com ela agora que ela havia deixado Rochester, ela respondeu: “Eu me importo comigo mesma. E quanto mais solitária, sem amigos e sem sustento, mais eu vou me respeitar”.* Jane sabia que se casar com aquele homem, que já era casado com outra, era errado, não importava o quanto ela o amava. Ela tinha muito amor e respeito por si mesma para se casar com alguém que a tinha enganado (embora eu sei, eu sei. Ela se casou com ele mais tarde. Mas, a essa altura, ela já tinha tido tempo suficiente para refletir e pensar sobre a situação ao todo e chegar a suas próprias conclusões, ao invés de deixar Rochester convencê-la de que tudo bem se casar).

5. Seja positiva.

Quando Jane Eyre era mais jovem, ela tinha a tendência de sentir pena de si mesma. E ela tinha muito sentimento de pena! Sua vida era miserável. Mas, conforme ela ficava mais velha, ela começou a ver que tudo tem uma fresta de esperança. Ela aprendeu a ser feliz, apesar de seu passado. Ela relatou quando ainda criança que, mesmo para ela, “…a vida mostrava alguns raios de sol.”
6. Nunca deixe alguém lhe dizer que você não pode fazer algo só porque você é mulher.

Dê uma olhada nesse trecho incrível e deixe que ele a inspire. Lembre-se de que isso foi publicado em 1847! “Espera-se das mulheres que sejam calmas. Mas elas são como os homens. Precisam exercitar suas faculdades, necessitam de um campo para expandir seus esforços, assim como seus irmãos. Sofrem com as rígidas restrições, a estagnação absoluta, tanto quanto os homens sofreriam. E é tacanho por parte desses seres mais privilegiados que elas devem se limitar a fazer pudins e a tecer meias, a tocar piano e a bordar bolsas. É insensato condená-las, ou rir delas, quando buscam fazer ou aprender coisas novas, além do que os costumes determinam que é o ideal para o seu sexo.”*

7. Você é mais forte do que você pensa.

Outros fragmentos de sabedoria de Helen: “Pois você teria a obrigação de aguentar, caso não pudesse evitar. É fraqueza e tolice dizer que não suportaria algo que seu destino dita que é preciso ser suportado.” * Não importa o que aconteça com você, você vai encontrar uma maneira de superar; como seres humanos, somos resistentes.

8. É a mais pura verdade que “a beleza está nos olhos de quem vê”.

Jane Eyre não era uma mulher bonita de acordo com os padrões convencionais. Nem Rochester era um homem bonito. Brontë era realista: a vida era mais difícil para Jane porque ela não era atraente. Mas Brontë estava criticando a cultura vitoriana por dar tanto valor à beleza. Jane era uma pessoa incrível, bonita ou não. Este também é um bom argumento para perder sua faixa de julgamento. Você será uma pessoa mais feliz se você parar de se preocupar tanto com as aparências (que eu sei que é mais fácil dizer do que fazer).

9. As possibilidades de vida são infinitas para aqueles que correm riscos.

Jane observou: “… eu me lembrava de que o mundo real era vasto, e que uma quantidade enorme de esperanças e medos, de sensações e emoções, estava à espera daqueles que ousassem sair por ele afora, buscando, em meio a seus perigos, o verdadeiro conhecimento do que é a vida.”* Se Jane não tivesse sido corajosa, ela poderia ter retornado à mulher cruel que a criou e nunca ter procurado algo melhor para si mesma.

10. Não tenha medo de dizer o que pensa.

Jane Eyre não era uma violeta encolhida. Ela confrontou a tia má que a maltratava. Ela confrontou Rochester depois de descobrir que ele era casado com outra. Em outra ocasião, ela recusou uma outra proposta de casamento. Ela não tinha medo de expressar suas opiniões, quando necessário. Às vezes, o confronto é a chave para “deixar ir”. É muito melhor falar sobre as coisas do que abrigar ressentimentos não ditos. Falar também pode, obviamente, curar as relações (como é o caso com Rochester).

11. Se você resolver se casar, faça isso apenas por amor.

Jane Eyre foi pedida em casamento depois que ela deixou Rochester, e ela recusou o homem. Não porque ela achava que ele não era uma boa pessoa ou que não era agradável. Era porque ela achava que não deveria se contentar com algo inferior do que o amor verdadeiro. Ela preferia ficar sozinha a se casar com alguém que não era sua alma gêmea. Ela afirmou: “Tampouco quero me unir a um estranho, a alguém diferente de mim, por quem não sentirei a menor empatia. Quero estar entre meus semelhantes, aqueles que pensam como eu.”




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