A Elite
A Ilha dos Dissidentes
O sucesso da literatura distópica entre o público jovem
18:00Universo dos Leitores
O modelo utópico de literatura é o que estabelece um ideal de sociedade, um padrão jamais vivenciado e praticamente impossível de se concretizar. O termo, inclusive, é originado da soma dos radicais “não” e “lugar”, ou seja, “não lugar” ou “lugar que não existe”. Entre as obras que se destacam no gênero podemos mencionar A República, de Platão, A Cidade de Deus, de Santo Agostinho e O Príncipe, de Nicolau Maquiavel.
Ocorre que com as mudanças sociais e as alterações na perspectiva de mundo, o modelo utópico romanceado começou a perder a sua força em razão das suas propostas impraticáveis, com isso, atualmente ele é encontrado apenas em análises sociológicas e federativas. No entanto, contrariando tal ideia, no início do século XX surgiu o modelo de distopia ou anti-utopia.
Esse novo estilo literário se caracteriza pela apresentação de um regime totalitário, que sustenta uma aparente ideia de felicidade e perfeição, conduzindo a sociedade a um estado completo de alienação. O tipo de Estado apresentado nas obras distópicas é caracterizado por forte corrupção e regras abusivas instituídas em nome do bem-estar coletivo.
Outro fator marcante nas referidas obras é a presença de conquistas tecnológicas, sempre utilizadas como estratégias de monitoramento da população do País, do Mundo ou, até mesmo, dos grandes grupos de empresas. Entre as principais obras do gênero podemos mencionar 1984, de George Orwell e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.
Nos últimos anos, em razão dos novos questionamentos dos jovens e da grande visibilidade alcançada pelos membros da política esquerdista, a literatura infantojuvenil tem sido premiada com livros mais densos e cruéis, contrariando a repetida fórmula dos sucessos com enredos felizes e romanceados.
É claro que por estarem voltados para o público entre 14 e 23 anos, esses novos livros, que nos Estados Unidos estão sendo chamados de Young Adult (YA), apresentam contextos menos abrangentes que os contextos dos clássicos distópicos, no entanto, é nisso que reside o sucesso: por estarem ambientados com personagens adolescentes, corajosos e que enfrentam medo e falta de liberdade, as obras cativam, prendem a atenção do público para o qual estão direcionadas e acabam por contribuir na formação de novos leitores.
Também é preciso destacar que a maioria dessas obras são compostas por livros em seqüência, com isso, conquistam fãs fies, que ficam na espera pela continuação e pelo destino dos personagens. Outro ponto que favorece para a conquista de leitores são as adaptações cinematográficas das referidas obras, que movimentam milhões no mercado do cinema.
Atualmente, a trilogia que melhor representa a categoria das distopias jovens é Jogos Vorazes, que já vendeu meio milhão de livros no Brasil.
A série está sempre citada nas listas de mais vendidos e a sua força se tornou ainda maior com as manifestações que ocorreram no País este ano. No período, vários adolescentes saíram às ruas segurando cartazes com as frases “Toda revolução começa com uma faísca” e “Se nós queimarmos, você queimará conosco!”, ambas retiradas dos livros da trilogia.
No entanto, não é só Jogos Vorazes que está se destacando no país. Por tal razão, segue abaixo a lista dos maiores sucesso do gênero:
Divergente
Destino
A Seleção
Delírios
Feios
Startes
A Ilha dos Dissidentes
Um ponto que merece ser destacado é que entre os livros mencionados, A Ilha dos Dissidentes, publicado pela Editora Gutenberg, é o único nacional.
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