Antes de qualquer coisa, ressalto que esse não é um livro religioso ou sobre
religião. Penso que muitas pessoas podem cogitar isso devido ao título da obra,
por isso começo com essa observação, visto que em momento algum há qualquer relação com o
Cristianismo na narrativa.
O narrador protagonista
é Nikolaj, um garoto problemático e depressivo, que ficou órfão aos 13 anos
quando os pais morreram em um acidente de carro. Com isso, ele foi criado por sua irmã sete anos mais velha, que ele carinhosamente chamava de Sis. Sua mãe, Grith Okholm, que era a
mais famosa cantora da Dinamarca, deixou uma grande fortuna para os filhos, que
não precisavam trabalhar para se sustentar.
Após o falecimento da cantora Grith, os avós maternos, que haviam abandonado a filha há muitos anos, tentaram conquistar a guarda de Nikolaj, mas ele não quis de forma alguma, pois eles nunca foram avós presentes e por causa da extrema dependência que ele tem de sua irmã. A vida inteira ele sempre fez de tudo para ter exclusividade de sua atenção com atitudes egoístas e imaturas e, mesmo depois de adulto, continuava agindo de forma dramática e perigosa para que Sis não o abandonasse.
Após o falecimento da cantora Grith, os avós maternos, que haviam abandonado a filha há muitos anos, tentaram conquistar a guarda de Nikolaj, mas ele não quis de forma alguma, pois eles nunca foram avós presentes e por causa da extrema dependência que ele tem de sua irmã. A vida inteira ele sempre fez de tudo para ter exclusividade de sua atenção com atitudes egoístas e imaturas e, mesmo depois de adulto, continuava agindo de forma dramática e perigosa para que Sis não o abandonasse.
“É pura sorte eu ainda não ter matado ninguém, mas eu faço o que faço
baseado em algumas decisões bem lúcidas sobre o que quero com isso. Quero que
Sis se preocupe comigo, nada mais.”
Nikolaj sentia um constante
vazio e não conseguia ser feliz. Ele se tornou um homem violento e de difícil
convivência, cometeu crimes e atentou até mesmo contra sua própria vida. Até que
um dia, já “no fundo do poço”, um homem entrou em seu apartamento dizendo que tinha vindo para ajudá-lo a se tornar uma pessoa melhor. Era um motoqueiro barbudo e
grandalhão, que dizia se chamar Jesus Cristo.
“- Você acredita que sou Jesus Cristo?
- Não, é claro que não.
- Então quem você acha que eu sou?
Digo, ponderado:
- Algum maluco que conhecia minha irmã.
Ele sorri e diz:
- Algum maluco? Não sou maluco.
Silêncio.
- Está disposto a fazer o que eu disser?
Respiro profundamente e penso: “Merda, o que tenho a perder?”, e digo:
- Sim, pois preciso de ajuda.”
Em obediência às instruções de seu “novo amigo”, Nikolaj
mudou-se para Tarm, cidade onde sua mãe nasceu. Lá ele fez novos amigos, com os
quais montou um grupo de auxílio mútuo, o qual chamavam de OTAN. Cada um tinha problemas diferentes e juntos estavam dispostos a superá-los.
Considero que a
principal mensagem do livro é sobre a força da amizade e como com a ajuda de
outras pessoas é possível alcançar algo que não se consegue sozinho. Porém,
Lars Husum não fala disso de forma sensível e delicada, ele utiliza de um humor
negro e uma linguagem repleta de palavrões. O protagonista não é do tipo que
cativa, pelo contrário, por mais que fique claro que ele se tornou uma pessoa
problemática por causa de várias circunstâncias que teve que enfrentar desde
criança, suas atitudes são exageradamente repugnantes e mesmo depois de muitas
mudanças ele ainda faz coisas que não deveria.
Confesso que esperava um final
completamente diferente e fiquei um tanto frustrada com o desfecho da história,
mas o autor escreve bem e a leitura flui de forma clara e rápida.
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