"Quando estamos mal, é melhor escrever o que sentimos e pensamos. Muitas vezes, o melhor é deixar nossa mão nos guiar e, com surpresa, ler o que escrevemos e nem sabíamos que iríamos escrever. Minha dica, Coralina, conte ao livro a sua história, antes que você esqueça o que é realidade e o que é sua criação".
Ao chegarem no local, Coralina se depara com uma casa antiga, rústica, com um cheiro peculiar e com uma torre no centro (torre esta que não combinava com a construção e parecia não estar encaixada na mesma). Apesar das impressões sobre a casa, o que a deixa realmente desconfiada é Bianca, que possui um olhar misterioso, dolorido e cínico, completamente diferente da forma como se porta e se comunica.
Intrigada com os mistérios da freira, Coralina cria uma enorme curiosidade pelo que pode estar escondido na torre. Mesmo com as ameaças de Bianca, ela não se contém e resolve invadir a torre. Ao subir as escada que conduzem ao local, a garota se depara com uma forte luz azul e com um homem, Érus, repleto de mistérios e com uma aparência muito atraente. Movida pela paixão e pelo interesse acerca do desconhecido, a garota entra em um caminho sem volta, um caminho que tira a sua percepção acerca do real e do imaginário, que muda o seu destino e a sua vida.
Com uma narrativa envolvente e misteriosa somos conduzidos a uma linda história de amor, de vingança, de perdão e de sofrimento. Com uma sensibilidade ímpar, a escritora mistura o real e o imaginário e permite questionamentos sobre as nossas escolhas e as nossas prioridades.
Sobre os diários:
O primeiro diário é a visão de Coralina, as suas dores, sua paixão e os seus arrependimentos.
O último, igualmente emocionante, demonstra a visão de Érus, a sua dificuldade em permear o que é real e o que é imaginação, a sua luta contra os seus impulsos e a sua loucura (ou não).
"Minha única reação foi olhar-me no espelho e perguntar-me se eu era bom o suficiente para fazê-la me amar."
Apesar de independentes eles se completam. A história é moldada como um colcha de retalhos, as pontas vão se fechando aos poucos e as emoções aumentam a cada página, a cada diálogo e a cada pensamento. Somente quando concluímos a leitura conseguimos compreender tudo o que se passou com cada personagem.
Sobre os diários:
O primeiro diário é a visão de Coralina, as suas dores, sua paixão e os seus arrependimentos.
"Eu preferia gozar a dormir um sono calmo. Essas eram as diferenças entre as magias que eu sentia, e acabei escolhendo a "poção" errada".
"Assim passei a dedicar a minha vida àquele homem de olhos de universo e pele que reflete a alma".
"(...) Eu teria que escolher viver uma ou outra realidade, e não ambas cheias de lacuna".
O segundo e o terceiro diário demonstram a visão de Bianca sobre a história, a sua obsessão, sua culpa e o seu posterior arrependimento.
"Coralina tinha uma pureza que me encantava, que contradizia todos os meus piores sentimentos e me deixava sem reação, sem saber o que pensar sobre ela e sem entender o que eu realmente sentia".
"- Desculpe-me, Senhor, por todos os meus pecados...
Foi a primeira vez que rezamos juntas".
"Minha única reação foi olhar-me no espelho e perguntar-me se eu era bom o suficiente para fazê-la me amar."
"Queria me tornar normal. Queria me curar para poder ver Coralina todos os dias e lhe pedir desculpas por tê-la feito sofrer tanto. Mas eu sei que ela iria se curar e então eu não a machucaria mais".
Sobre a escritora:
Carina Zatti Corá nasceu em Caxias do Sul, RS em 12 de fevereiro de 1993. Escreve contos e peças de teatro há anos. Iniciou o desenvolvimento do livro Memórias Fictícias ainda no Ensino Médio e o concluiu em seu intercâmbio na Dinamarca. Lá criou um blog como diário virtual com dicas para futuros intercambistas. Sempre buscando a escrita, cursa Teatro na Universidade Federal do Rio Grande do Sul onde trabalha como bolsista na área de recepção teatral e criação dramatúrgica. Em 2012, a EditoraNovo Século proporcionou a oportunidade de publicação do primeiro livro da autora através do projeto Novos Talentos da Literatura.
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