SINOPSE
A Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) é uma brilhante engenheira em sua primeira missão espacial, com o astronauta veterano Matt Kowalsky (George Clooney). Mas, durante um passeio espacial, aparentemente rotineiro, ocorre um acidente. A nave é destruída, deixando Stone e Kowalsky completamente sozinhos, dependendo um do outro em um ambiente de total escuridão. O silêncio ensurdecedor confirma que eles perderam qualquer ligação com a Terra… e qualquer chance de resgate. Conforme o medo vai se tornando pânico, o oxigênio que resta vai sendo consumido desesperadamente. E, provavelmente, o único jeito de ir para casa seja encarar a imensidão assustadora do espaço.
DESTAQUES
Esta semana assisti a um dos filmes mais comentados do ano: Gravidade. Como gosto muito de dramas, fui atraída pela história e pelas belas fotos de divulgação do filme. Gravidade tinha tudo para ser apenas mais um blockbuster hollywoodiano: grande produção, atores renomados, exibição em 3D. Mas graças ao talento e a sensibilidade de Alfonso Cúaron o filme não passará despercebido. O enredo é simples, mas não menos atraente.
Logo na primeira cena um letreiro nos lembra que a vida no espaço é impossível (em condições naturais obviamente). Em seguida a cena destaca três astronautas fazendo uma manutenção em uma estação espacial. Dois se destacam: os protagonistas Matt e Ryan, praticamente únicos personagens do filme. O interessante é que a história nos envolve de forma tal, que mal da pra perceber que o filme se passa apenas com dois personagens.
As primeiras cenas impressionam pela fotografia: toda a magnitude do espaço aos nossos olhos em uma das melhores representações de 3D que já vi. Eu normalmente não gosto deste tipo de exibição, mas me rendi aos encantos do universo ali representado, bem na minha frente. Em muitas cenas me peguei desviando de detritos espaciais por reflexo, tamanho realismo das cenas. Acredito que o filme não seja tão bom em 2D, já que o efeito tridimensional é quase um personagem do filme.
Os astronautas são atingidos por lixo espacial, ficando à deriva no espaço, sem gravidade, com baixos níveis de oxigênio e sem comunicação com o mundo que conhecem em uma imensidão assustadoramente bela e marcada por um silêncio ensurdecedor. As belíssimas fotografias nos dão uma ligeira ideia da beleza do espaço.
Sandra Bullock deu vida à astronauta novata Ryan, e ao longo da história vemos o mundo através de seus olhos. Cúaron usou e abusou do recurso "FPS" dos games, com a perspectiva em primeira pessoa, e assim, nos colocamos no lugar dos astronautas em boa parte do tempo.
Mas o filme não se limita à belas fotografias e ao excelente desempenho dos atores (em especial de Sandra Bullock). Gravidade conta com um bom roteiro, com discretas pitadas de humor que amenizam o drama dos personagens. A forma divertida com que os dois personagens interagem demonstram uma coragem e uma resignação incrível de ambos (em especial de Matt) para enfrentar os obstáculos de tentar sobreviver no local mais inóspito em que o homem já esteve. A maturidade de Matt, frente à inexperiência de Ryan renderam ótimas reflexões.
Ryan é uma mulher solitária, que perdeu uma filha pequena e que sente como se não tivesse um lar. Matt por sua vez é um homem experiente que diverte-se contando suas histórias de vida de uma forma divertida, como quem tem orgulho de tudo que passou. Desamparados na imensidão do universo, ambos se unem na luta pela sobrevivência. O espaço infinito se torna paradoxalmente claustrofóbico diante da impotência do ser humano, que não tem nenhum controle natural sobre o próprio corpo.
Em uma ode à vida, ambos levantam um importante questionamento: afinal, por que viver? Por que lutamos pela sobrevivência já que todos teremos o mesmo destino? Estas e outras questões são abordadas em gravidade, quando o drama pauta as adversidades enfrentadas no espaço.
A metáfora do renascimento é trabalhada em todo filme, como em uma das cenas mais icônicas em que Ryan simula a posição de um feto logo após entrar na nave russa. A nave em questão representa uma nova esperança para a astronauta e um possível recomeço.
A quem possa interessar, recomendo que Gravidade seja assistido no cinema. É um filme que encanta, seja pela fotografia impecável, pelos efeitos que nos levam a ausência total de gravidade, ou pelo drama existencial dos personagens. Certamente entrou para a lista dos melhores do ano.
TRAILER DO FILME
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