Escritores

ESCRITORES: Entrevista com Leila Rego

12:08Isabela Lapa


A entrevista exclusiva de hoje é com a escritora Leila Rego. A Leila é super querida e sempre muito atenciosa conosco. Seus livros são voltados para o público jovem e integram o gênero Chik Lit. 

Na entrevista, ela falou sobre os projetos, sobre o prazer de escrever e comentou as suas opiniões acerca da vida, da literatura nacional e do público. Confiram:


Como a sua criação e a sua estrutura familiar contribuíram para que você desenvolvesse o prazer pela leitura?


Eu cresci em uma fazenda no interior do Mato Grosso. Lá não havia televisão, nem energia elétrica. Logo, os livros eram meus maiores companheiros. Cresci lendo e foi daí que desenvolvi o meu gosto pela leitura.


Quais livros marcaram a sua infância? Algum deles foi utilizado como parâmetro na construção das suas histórias?

Lembro-me bem da Coleção do Sítio do Pica Pau Amarelo de Monteiro Lobato. O Menino do Dedo Verde também foi marcante, dentre muitos outros. Mas não, nenhum desses livros me serviu como pesquisa para minhas histórias. Talvez inspiração inconsciente!


O que considera essencial para o sucesso de um livro?

Uma personagem cativante, uma escrita leve e instigante. Mas, tudo depende do gênero e do gosto do leitor. Além disso, quando o autor escreve com amor, penso que aumenta suas chances do livro ser um sucesso.


Escrever para jovens não é uma tarefa fácil, afinal, neles as histórias exercem maior influência, além de contribuírem para a formação do caráter e da personalidade. Quais os cuidados você toma antes de determinar as características de cada personagem e definir os rumos da história?

Eu tenho mesmo essa preocupação. Por exemplo, não falo de drogas e de cigarro em meus livros. Meus personagens não se drogam, não fumam e, quando bebem é só socialmente, sem enaltecimento ou apologia à bebida.

E também, gosto de deixar uma mensagem para reflexão. Algo leve, sem sermões, mas que faz com que o leitor reflita sobre certos temas, como materialismo exacerbado, ética, fidelidade, família, casamento, amizades verdadeiras, etc.


Os seus livros estão inseridos no gênero Chick Lit, que é um gênero voltado para assuntos femininos e que retratam as mulheres modernas, independentes e cultas. O que te levou a optar por esse tipo de história? Ao escrevê-las você costuma se basear em experiências pessoais?

Eu optei por este gênero literário porque é o gênero que mais gosto de ler. Devoro livros de chick-lit. Não costumo pegar algo pontual e fazer um livro, mas sim, me inspiro em fatos que já vivi, em pessoas que conheço ou conheci ao longo da minha vida. Acho que isso é inevitável em um escritor.


Existe algum(a) escritor(a) do gênero que te inspira? Por quais razões?

Sim, vários. Gosto das divas do chick-lit: Marian Keyes, Sophie Kinsella, Lauren Weisberger, entre outras. Eu admiro a maneira como elas escrevem, como exploram assuntos femininos com leveza e humor.


Da transição do livro “Pobre não tem Sorte” para o “Amigas Imperfeitas” você verificou algum amadurecimento na sua forma de escrever e no seu estilo de construir histórias? 

Com certeza. Tenho recebido, inclusive, esse feedback dos meus leitores. Acho que é natural, quanto mais escrevo, mais aperfeiçoo a minha escrita.


Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelos escritores no momento que decidem sair do anonimato e publicar as suas histórias?

Acredito que a maior dificuldade é encontrar uma editora que aposte em seu livro. Claro, existem outras dificuldades após uma publicação. Mas, se não tiver uma editora lhe apoiando, tudo fica mais complicado.


Na sua opinião, os blogs literários tem participação importante na divulgação da literatura e do incentivo pela leitura? Como acha que eles devem ser administrados para que tenham maior visibilidade e atuação?

Sim, totalmente. Os brasileiros têm lido mais, o mercado literário está aquecido e junto com tudo isso, os blogs literários também têm mostrado a sua força.


Sabemos que você participa de um projeto chamado “Novas Letras”. Conte-nos um pouco sobre ele.

O Novas Letras nasceu no Twitter. Estávamos trocando figurinhas sobre literatura e surgiu a ideia de fundarmos um grupo. Somos em 5 escritores com estilo diferentes. Somos bem heterogêneos, mas bastante unidos. Nesse ano, porém, o grupo se focou mais em projetos pessoais. Porém, não perdemos a chama. Esperamos voltar aos eventos em breve.


Em quais projetos está trabalhando atualmente? Podemos esperar novos livros?

Estou finalizando um romance que será publicado pela Gutenberg ainda sem data de lançamento. Mas, acredito que para o natal ele já vai estar nas livrarias. E, também, estou escrevendo o PNTS3 (Pobre Não Tem Sorte 3 – teremos então a Trilogia!)


O que considera essencial para que haja a valorização da literatura nacional?

Acredito que a literatura nacional está sendo valorizada, considerando o número crescente de publicações e novos escritores. Porém, o que existe ainda é um preconceito injusto de que livro nacional não é bom. Mas acho que também é algo que está sendo superado. Os movimentos de protesto que vêm movimentando grande parte do Brasil é um sinal de que estamos nos tornando cada vez mais conscientes do que acontece por aí, mais exigentes e, espero, mais patriotas. Penso que valorizar a cultura do país é um ato de patriotismo de seu povo, e percebo que isso está acontecendo cada dia mais.


Os jovens em geral, quando gostam de um livro ou de uma história, costumam transformar o escritor em um ídolo, uma referência. Qual a sensação de ter uma importância tão grande na vida de pessoas que sequer conhece?

É um misto de alegria com realização. Saber que uma história que você criou tocou um leitor é mágico.




Sobre você (complete a frase):
Eu amo os livros – muito clichê! =)

A literatura é uma forma de viajar por mundos imaginários.

Não vivo sem minha família, meu computador e uma caneca de cappuccino.

Meu trabalho é algo que faço com amor e alegria. Amo escrever!

Me sinto inspirada com músicas, poemas, filmes, conversas.

Maior qualidade das pessoas humildade e respeito.

Minha maior qualidade é ser humilde embora perfeita! (risos). Brincadeira!!! Acho que a minha maior qualidade é o meu poder de observação detalhista e a facilidade de transmitir isso para meus livros.

Maior defeito das pessoas reclamar demais e fazer de menos.

Meu maior defeito é gostar da perfeição (mas a idade está me ensinando que isso não existe).

O mundo precisa de amor.

Meu maior vício é escrever.

Meus livros preferidos são tantos... A Culpa é das Estrelas é um dos meus queridinhos.

Quem quer ser escritor precisa de perseverança e determinação.


E então leitores, gostaram da participação da Leila? Nós adoramos o trabalho dela e falaremos de todas as novidades por aqui! Fiquem atentos!

Quem quiser saber mais pode acessar o site. Basta clicar aqui.





You Might Also Like

0 comentários

Obrigada por participar do nosso Universo! Seja sempre muito bem vindo...

Acompanhe nosso Twitter

Formulário de contato