Crítica Darkside Books

O Exorcismo, de Thomas B. Allen

00:00Universo dos Leitores

Quando a Darkside Books anunciou o lançamento do livro O Exorcismo, de Thomas B. Allen, um enorme burburinho começou. Alguns acharam que era o livro que inspirou o filme, outros falaram que era melhor deixar isso de lado e ler a Bíblia (juro, comentaram isso no Instagram quando postamos uma foto), outros ficaram contando os minutos (EU), e outros foram firmes na seguinte opinião: não passo nem perto!

É interessante pensar na forma como o medo e o desconhecido reflete nas pessoas. Algumas querem testar os próprios limites, enquanto outras querem permanecer na situação de conforto e sequer arriscar. Mas estando na primeira ou na segunda situação, acredito que uma coisa é comum a todos: a curiosidade!

Então, se você quer ler O Exorcismo ou não quer chegar nem perto desse livro demoníaco, mas tem aquele pinguinho de curiosidade, o que precisa saber é o seguinte: Thomas B. Allen é um jornalista sério, que passou anos da sua vida reunindo informações e conversando com pessoas que testemunharam um exorcismo que ocorreu no ano de 1949 e que marcou a vida de uma família, de todos que conviviam com eles, e também representou um marco na Igreja Católica no que se refere aos estudos de caso relacionados a exorcismo. 
Após muitas pesquisas, ele publicou o livro e devido ao sucesso e ao impacto causado, a história real que ele descreveu inspirou o romance O Exorcista, de William Peter Blatty, que foi publicado no ano de 1971 e, posteriormente, foi adaptado para o cinema com a direção de William Friedkin. 


“A possessão é o cativeiro do mal. Tanto culturas primitivas quanto desenvolvidas de todas as eras acreditam nela. E todas as culturas que acreditavam em possessão encontraram maneiras de aplaca-la. Para os católicos, essa maneira era o ritual do exorcismo. [...]” 


Independente das suas crenças acerca do exorcismo, para ler o livro e entrar com tudo na ideia da narrativa, você precisa abrir a sua mente e compreender que o que Thomas B. Allen descreve é baseado em informações concretas e arquivos da Igreja, contudo, para preservar a identidade das partes, ele alterou os nomes dos envolvidos e chamou o jovem de 14 anos que foi possuído pelo demônio de Robert (ou Robbie). 
Robert era um rapaz comum, que adorava se divertir com a tábua ouija que havia ganhado de presente de uma tia e usava a peça para tentar se comunicar com os mortos. Acontece que de uma hora para outra e sem uma explicação plausível, fenômenos estranhos começaram a ocorrer, deixando todos perturbados e receosos. 

Na medida em que o tempo passava, os fenômenos foram se agravando e a situação do jovem foi se tornando cada vez mais preocupante e angustiante. Ele gritava, se contorcia, falava pornografias, cuspia, mensagens estranhas apareciam em seu corpo etc.

“Robbie começou a urinar e a soltar gases. O fedor era insuportável. Alguém abriu uma janela. O garoto gritava e dava gargalhadas diabólicas. Essa foi a palavra que vinha de imediato à mente daqueles que as ouviam: diabólicas”.

Os padres, extremamente preocupados e envolvidos com a questão, começaram a perceber que o garoto, que no início não lembrava dos atos que cometia enquanto estava possuído, começou a perceber que vivenciava tais momentos, o que era extremamente grave, já que poderia levá-lo à loucura. Com isso, a luta entre o bem e o mal, que já estava intensa e angustiante, se tornou ainda mais firme e as sessões de exorcismos duravam cada vez mais.
O interessante do livro é que mesmo sendo angustiante e arrepiante, ele possui uma linguagem envolvente e Thomas B. Allen consegue descrever com precisão não apenas os momentos de pânico e ataques de Robbie, como também as opiniões dos Padres envolvidos e as referências e estudos da Igreja sobre a prática do exorcismo. A obra é rica em informações, contém as orações em latim, e apresenta também referências a outros exorcismos praticados pela Igreja em situações anteriores.

Ao final da história, Thomas B. Allen colocou o diário original e a principal fonte das suas pesquisas, demonstrando que não criou situações ou tornou as descrições mais intensas. Ele apenas organizou as informações em uma sequência mais lógica, preservando os fatos na integralidade.

Sobre a edição da Darkside Books, como sempre dispensa comentários! A editora pensou em todos os detalhes e fez uma capa preta texturizada, que na parte interna apresenta uma tábua de oija. Dá gosto de ver e de ler... :)

Mergulhem de cabeça e preparem-se para muitas emoções! Enquanto isso, cliquem aqui para conhecer as frases do livro que vão te provar que ele não deve ser lido à noite... 




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