A Morte de Ivan Ilitch Crítica

A Morte de Ivan Ilitch, de Lev Tolstói

00:00Universo dos Leitores

Considerado um dos maiores nomes da literatura russa, Lev Tolstói foi um dos escritores que demorei a encarar. Eu tinha receio, sensação de que a linguagem seria difícil e a história arrastada. Mas ao mesmo tempo, tinha muita curiosidade! Foi pelo misto vontade/insegurança que resolvi começar com A morte de Ivan Ilitch, que confesso ter escolhido em razão das poucas páginas. Depois de uma madrugada na inteira na companhia do livro, só tenho uma confissão a fazer: espetacular e surpreendente, do início ao fim.

“O sofrimento maior de Ivan Ilitch provinha da mentira, aquela mentira por algum motivo aceita por todos, no sentido de que ele estava apenas doente e não moribundo, e que só devia ficar tranquilo e tratar-se, para que sucedesse algo muito bom. Mas ele sabia que, por mais coisas que fizessem, nada resultaria disso, além de sofrimentos ainda mais penosos e morte. E esta mentira atormentava-o, atormentava-o o fato de que não quisessem confessar aquilo que todos sabiam, ele mesmo inclusive, mas procurassem mentir perante ele sobra a sua terrível situação, e obrigassem-no a tomar parte naquela mentira. […] via que ninguém haveria de compadecer-se dele, porque ninguém queria sequer compreender a sua situação.”
Com uma linguagem simples e direta, a história gira em torno de Ivan Ilitch, um juiz que dedicou toda a vida à profissão e claro, às relações e aos vínculos capazes de inflar o seu ego e alimentar a sua vaidade. Acontece que de forma inesperada e repentina, ele descobre uma gravíssima doença, que o coloca no leito da morte. A partir desse fato, ele começa a refletir sobre as suas escolhas, suas angústias, seus medos e suas fraquezas. Com muitas dores e completamente dependente dos outros, o protagonista relembra momentos da sua vida e analisa cada uma das suas escolhas. O que ele busca, incansavelmente, é descobrir em qual momento ele realmente foi feliz.

“Eu deixarei de existir, mas o que haverá depois? Nada. Então, onde estarei quando não mais existir? Será realmente a morte? Não, não quero morrer!”
Por mais que tudo isso pareça adiantar o que você vai encontrar ao longo da leitura, eu garanto que nada do que eu disser irá estragar as surpresas. A verdade é que o que encanta nessa obra e, ao mesmo tempo, causa angústia, é a narrativa intensa e sincera do escritor, que escolheu cada palavra com perfeição, nos fazendo mergulhar no íntimo de um personagem que talvez represente todos nós: seres humanos frágeis.

Gostou? Compre aqui: Submarino ou Americanas.




You Might Also Like

0 comentários

Obrigada por participar do nosso Universo! Seja sempre muito bem vindo...

Acompanhe nosso Twitter

Formulário de contato