Theodore Finch é conhecido no
colégio como “Aberração”. Ele é diferente da maioria dos alunos, tem hábitos e
manias estranhas, mas sua principal característica é sua obsessão pela morte. A
cada manhã ele se pergunta se aquele é um bom dia para morrer. Finch passa a vida
contando quantos dias faz que ele está desperto, pois frequentemente sofre
crises e tem uma espécie de “apagão”.
Violet Markey era, até pouco
tempo, da turma dos mais populares da escola, com um ótimo namorado e muitos
amigos. Voltando de uma festa com Eleanor, sua irmã mais velha e melhor amiga,
sofre um acidente de carro, do qual é a única sobrevivente. Violet não se
conforma com a morte da irmã e sente-se culpada por ter indicado o caminho e
ter saído ilesa. Ela conta impacientemente quantos dias faltam até a formatura
para ir para bem longe de Indiana, onde mora, e afastar-se das lembranças do
passado.
Os dois jovens estudam na mesma
escola, mas pouco se conhecem, já que a instituição tem mais de dois mil
alunos. Um dia, encontram-se em um lugar inusitado: na torre do sino do
colégio, a seis andares de altura, onde Finch está analisando se é um bom lugar
para morrer. Ele percebe que a menina não deveria estar ali e a ajuda a sair,
mas o boato que corre na escola é de que Violet salvou a vida do garoto estranho
que queria suicidar.
Depois disso, Finch convoca
Violet a ser sua dupla no trabalho de Geografia, que consiste em visitar os
lugares incríveis que o professor insiste em dizer que há em Indiana, pois sabe
que após a formatura todos os jovens provavelmente vão abandonar o Estado, considerado
sem atrativos.
A partir daí, uma bela amizade
surge, à medida que vão visitando lugares que podem ser sem graça, mas
tornam-se interessantes justamente por estarem conhecendo juntos.
“Me junto a ele na beirada, mas ele está mais na beirada que eu, como
se não se importasse de cair. Seguro sua camiseta sem que ele perceba, como se
isso fosse salvá-lo, e em vez de olhar pra baixo olho pra frente e pra cima.
Penso em todas as coisas que quero gritar. Odeio esta cidade! Odeio o inverno!
Por que você morreu? Este último pensamento é dirigido a Eleanor. Por que você
me deixou? Por que você fez isso comigo? Em vez disso fico ali segurando a
camiseta de Finch, e ele olha pra mim e balança a cabeça, e de repente começa a
cantar dr. Seuss de novo. Desta vez me junto a ele, e nossas vozes flutuam pela
cidade adormecida.”
Violet percebe que Finch é um cara adorável, sincero,
inteligente e encantador. Por outro lado, o garoto finalmente encontra alguém
com quem pode conversar e agir como ele é de verdade, sem medo de ser julgado.
“- Então, o que aconteceu? – Odeio o jeito como ele fala do acidente,
tão direto, como se tocar no assunto não fosse um problema. – Eu conto sobre
minha cicatriz se você me contar sobre aquela noite.
- Por que você quer saber?
- Porque gosto de você. Não um gostar romântico, do tipo vamos dar uns
amassos, mas como um colega da sala de geografia. E porque falar sobre isso
pode ajudar.”
A escrita de Jennifer Niven é
sensacional! Os capítulos, em primeira pessoa, se alternam entre Finch e Violet
como narradores. Os problemas e sofrimentos dos personagens têm grande
destaque, mas isso não a impede de construir uma história divertida, que
arranca sorrisos e até risadas. Apesar disso, o mais marcante do livro é o
alerta que fica sobre o quanto problemas emocionais/psicológicos são coisa
séria e precisam de atenção, que quem sofre de depressão, traumas e algo do
tipo, precisa de ajuda, mesmo que a pessoa diga o contrário e se quem está por
perto ignora isso ou prefere não ver.
A “nota da autora”, ao final da
história, foi extremamente importante para mim, pois me fez entender o que
levou Jennifer a direcionar o livro para o desfecho que teve. Fez-me olhar com
outros olhos para um tema muito complicado e difícil de aceitar.
Por lugares incríveis ainda não
foi lançado no Brasil, a data prevista é 14 de janeiro. A editora Companhia das
letras, através do selo jovem Seguinte, é a responsável pela publicação aqui. O
Universo dos leitores foi selecionado com alguns outros blogs literários para
receber uma prova antecipada da obra, por isso já temos a resenha aqui.
“- Sabe o que gosto em você, Finch? Você é interessante. Você é
diferente. E consigo conversar com você. Não deixe isso subir à cabeça.
O ar parece carregado e elétrico, como se tudo – o ar, o carro, Violet
e eu – fosse explodir caso alguém acendesse um fósforo. Mantenho os olhos na
estrada.
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